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O “boom” cachorrístico

O setor pet no Brasil movimentou R$ 14 bilhões em 2012. Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 7%. Foi o que professor Afronsius ficou sabendo pela BBI – Briosa, Brava e Indormida Imprensa.

Mais ainda: segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) – é, já existe -, “90% dos lares brasileiros possuem algum animal de estimação, como cão e gato”. Temos mais um boom depois do boom imobiliário.

– É claro que nem todos vivem na mordomia – emendou Natureza Morta, referindo-se a Pão com Banha, o guapeca de fundo de quintal do Beronha.

Este, por sua vez, quis saber se marido se inclui na categoria “animal de estimação”. Diante do silêncio sepulcral, recolheu-se à casinha.

Longas filas

Lá pelos anos 1950, a vacinação de cães em Curitiba tinha um posto de atendimento no estádio Durival de Brito, no Capanema. Na data marcada pela prefeitura, formavam-se longas filas. Quase todo mundo sobraçando seu cachorro, posto que coleira para sair à rua era um luxo para a maioria. Dos proprietários. Havia quem colocasse o animal numa sacola de fazer compras no armazém e açougue.

Hoje, cachorro ostenta carteirinha de saúde e tem atendimento com consulta marcada em clínicas altamente especializadas.

Natureza:

– Se, antigamente, você conhecia o cachorro pelo dono, hoje você conhece o dono pelo cachorro. É a opção preferencial pelos dogs.

– É, mas no caso de você estar no mato sem cachorro, de quê adiantaria um cachorro todo empetecado? – tascou nosso anti-herói de plantão, sem esquecer o caso de um amigo dele que brigou em casa e desafiou a família: ou eu ou o cachorro? Horas depois estava na rua. Mais um sem teto.

Casos de sucesso

Para não ficar preso apenas à coleira das críticas, professor Afronsius citou dois fatos marcantes. O filme Vida de Cachorro (A Dog’s Life), 1918, escrito, produzido e dirigido por Charles Chaplin. Época do cinema mudo, foi a primeira produção da First National Films. O vagabundo Carlitos salva Scraps, um cachorro que está sendo atacado por outros cães. Levando Scraps escondido dentro da calça, entra num salão de baile, onde uma cantora é explorada pelo proprietário. Quando ladrões roubam a carteira de um milionário bebum, Carlitos – com seu fiel companheiro – tem a chance de subir na vida. Optaram pelo ser humano.

Sem esquecer, é claro, Eu Não Sou Cachorro Não, grande sucesso de Waldick Soriano, em 1972.

Beronha, coleira curta, encerrando o papo:

Me voi indo e au-au pra vocês.

ENQUANTO ISSO…

31 outubro

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