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Campanha eleitoral. Não há tatu que aguente, até porque alguns temas são infalíveis. Combate ao crime, aos corruptos e às drogas. Não que a sociedade e seus dignos possíveis representantes não devam abordar tais assuntos, mas o traço de oportunismo é claro. Indelével.
Sobre as “sacadas”, o professor Afronsius e Natureza Morta lembraram a campanha que transformou o delegado federal Fernando Franceschini em deputado. Federal, é claro. Como foi registrado na época, abundavam cartazes por Curitiba usando foto do traficante Juan Carlos Abadía. A mensagem, ou ameaça: só o homem que prendeu Abadía pode vencer o crime.

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No estilo Velho Oeste?

Houve quem fizesse um reparo, sem diminuir, por supuesto, o trabalho do policial. Aliás, um servidor público. Ocorre que a propaganda (no caso, enganosa) creditava somente a ele, o delegado, a grande proeza. Para efeitos legais, no entanto, quem pegou Abadía foi a Polícia Federal, a corporação, e não apenas um auto-apregoado super-herói. Xerifão solitário estilo John Wayne, segundo Natureza.
Pitaco do professor Afronsius:
– De fato. Mesmo porque, ao que se sabe, a PF age em bloco (monolítico), de maneira organizada. Da busca de pistas ao planejamento para desencadear uma operação. Seja qual for. De grande repercussão ou não.
– Cumpre o seu papel não para virar notícia.

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“voto” de protesto

Ainda a garimpagem de votos. O professor Afronsius presenciou uma cena, semanas atrás, em Curitiba. Um jovem ciclista pedalava e parava diante de todos cartazes de propaganda, ao rés do chão, de um certo candidato a vereador. Aí, sacava uma caneta (“Pilot, suponho”), fazia rabiscos e ia em frente. Até localizar outros cavaletes. E haja pichação. Rápida, precisa, detalhista.
Intrigado, professor Afronsius foi conferir, cavalete por cavalete – depois que o ciclista estava bem longe, é claro.
O cartaz com a foto do candidato (um pastor), trazia o nome, número e uma mensagem: “Droga. Com um voto de confiança, a gente vence essa luta”.
Após a pichação, uma espécie de photoshop a toque de caixa, a foto exibia, na testa do candidato, um cifrão. O nariz, um círculo. Dentro dele, dois curtos traços paralelos, na vertical. No peito, o desenho de uma cruz. De ponta-cabeça.
– É, o candidato nunca terá o voto do tal ciclista. Protesto muito além da abstenção. – emendou Beronha, que a tudo ouvia no dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. E que, para evitar transtornos, só vota em trânsito. Trânsito lento, trânsito engarrafado ou trânsito louco… A tendência é pelo engarrafado, claro.

ENQUANTO ISSO…