O tempo passa, o tempo voa e até a poupança Bamerindus deixou de ser uma boa faz muito tempo. Mas, com as baixas temperaturas dos últimos dias, o frio em Curitiba tornou a ser assunto obrigatório. Em qualquer roda.
E não é de hoje, por supuesto. Basta ver que até Graciliano Ramos registrou o frio como uma característica paranaense. Está lá, na página 155 de Memórias do Cárcere, primeira edição (1953), quando ele topa com outros presos políticos:
– Afinal a chave rangeu na fechadura da porta, vultos deslizaram sem rumor, os capotes grossos dos paranaenses juntaram-se à entrada.
Ainda do Velho Graça, agora à página 170 do segundo volume:
– Os paranaenses, graves, metódicos, arrumavam-se para descansar da melhor maneira, examinavam lentos a sala acanhada, permutando cochichos.
Ainda voltando no tempo. Sem acusação formal ou processo, em 1936 o escritor foi preso em Maceió e encaminhado para Recife, onde embarcaria com destino ao Rio de Janeiro no navio Manaus. Ele e outros 115 presos. O país estava sob a ditadura de Vargas. Pau nos subversivos da época. Hospedado no Rio até janeiro de 1937, Graciliano passou pela Casa de Detenção e Colônia Correcional de Dois Rios (na Ilha Grande).
No presídio de Ilha Grande, Graciliano Ramos passou a ser “simplesmente o preso número 3535”. Que, aliás, batia papo e chegou a alfabetizar alguns guardas encarregados de seu isolamento.
ENQUANTO ISSO…
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