Ainda sobre o lançamento da novíssima edição de Chatô – O Rei do Brasil, biografia de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968) escrita pelo jornalista Fernando Morais e que rendeu uma baita entrevista do autor à revista Carta Capital, no fim de dezembro.
Publicado pela Companhia das Letras em 1994, o livro mereceu, na época, um extenso e brilhante texto do próprio Fernando Morais para o caderno mais! – Folha de S. Paulo, edição de 17 de janeiro de 1999. Nele, conta que o trabalho começou em 1987 e contou com a ajuda decisiva de Otto Lara Resende, Rubem Braga e Moacir Werneck de Castro, “que sabiam tudo sobre Chatô”.
O encontro para abrir o jogo ocorreu no apartamento de Rubem Braga no Leblon, zona sul do Rio. “Nosso encontro começou por volta das oito horas da noite e entrou madrugada adentro, só terminando às três e meia da manhã, quando os quatro, famintos e já meio chumbados pelo uísque, entramos no velho fusca de Otto à procura de um restaurante aberto na noite carioca”, escreveu Fernando Morais.
Otto, Rubem Braga e Moacir traçaram “um retrato bem-humorado de Chatô”.
Ainda do texto de Morais:
– Chatô queria fazer um Brasil satélite, um país à sombra das grandes metrópoles (Moacir Werneck de Castro).
– Comendo, Chateaubriand era um horror, ele metia o garfo no prato alheio (Rubem Braga).
– Odiava Brasília: “Por que JK não mudou a capital para a Baixada Fluminense?” (Otto Lara Resende).
– Ele teve a perspicácia de perceber que a imprensa era o caminho para o poder (Otto Lara Resende).
E por aí vai. Em tempo: as quatro páginas do caderno mais!, já amareladas nas bordas, estavam enxertadas com capricho no miolo do livro Chatô, primeira edição, entre os alfarrábios do professor Afronsius.
Foram recuperadas pela Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog. Uma delícia, até hoje.
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