Nem sempre a conversa de segunda-feira é sobre futebol. Ou mais precisamente o resultado o jogo. Caso de São Paulo x Penapolense, pelas quartas de final do Paulistão.
– A expropriação do futebol continua em marcha batida – disparou o professor Afronsius, com a concordância de Natureza Morta, que citou comentário que leu recentemente.
– hoje não é a lógica que determina o mercado, mas o mercado que determina a lógica.
Gostou ou não gostou?
A dupla estava se referindo, é claro, à inovação do Tricolor ao entrar em campo trajando um peripatético (ou seria psicodélico?) uniforme vermelho.
– Caberia melhor no velho Ameriquinha carioca, afinal, também chamado de Diabo Rubro…
– E campeão dos campeões em 1982…
Quanto ao repercute da BBI – Briosa, Brava e Indormida Imprensa -, Natureza ficou sabendo que, uma enquete realizada pelo iG junto aos torcedores, gongou o novo uniforme:
– 75% dos internautas reprovaram a camisa vermelha do São Paulo e apenas 25% gostaram do modelo inovador.
Driblando a tradição
O Estatuto do São Paulo proíbe (ou proibia) o time de usar um uniforme que fuja à sua tradição – camisa branca com uma faixa preta e outra vermelha, ou camisa listrada em preto, branco e vermelho como uniforme 2. Por muito tempo, o departamento de marketing do clube tentou convencer os conselheiros a autorizar a criação de um “uniforme 3”. Sem sucesso, mas os tempos mudam.
Todo vermelho, com escudo e patrocinadores quase “invisíveis” a média e longa distância, o uniforme foi lançado para celebrar o fim da reforma das cadeiras do Morumbi. O mote da campanha: “Vermelho, a cor da raça”. Consta que o time não deverá voltar a jogar todo de vermelho, mesmo com a Penalty de nova parceira. O retumbante uniforme foi inspirado “nos anos dourados do clube”.
– Pensei que fosse uma homenagem aos heroicos soldados do fogo, nossos bombeiros – arriscou Beronha.
– Fazer o quê? – conformou-se o solitário da Vila Piroquinha, voltando à expropriação do futebol.
Hoje, o torcedor virou uma espécie caddie em jogo de golfe.
– Participa, carregando a sacola, mas não entra…
Beronha, outra vez ele, até que gostou do uniforme vermelhão, estilo “busão biarticulado de Curitiba, linha Seminário-Santa Cândida”, mas fez uma ressalva:
– Rubro-negro sempre fica bem melhor. Principalmente quando se evoca a raça de um time – fulminou nosso anti-herói de plantão.
ENQUANTO ISSO…