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O voto. E o sonho de cada um

Depois de dar uma passada de olhos na lista de candidatos a vereador em Curitiba (“é tanta gente que até parece lista telefônica”, segundo o Beronha), professor Afronsius manteve a posição de pleitos anteriores:

– Voto em quem eu conheço de perto e por dentro. E que honrou o meu voto.

Beronha, por sua vez, continua perdido. Não sabe onde guardou seu título eleitoral para o tal voto biométrico.

– Biométrico? Até prefiro o biomédico, mas…

Quanto ao candidato a ter o seu voto, a dúvida cruel persiste:

– Estou entre o Amauri do Alho, o Pedrinho do Boteco, o Baixinho do Boqueirão, o Baixinho do Parolim, o Cowboy e uma enxurrada de professores e Tirivas…

Vai daí que resolveu a questão optando pela propaganda sonora mais agradável. Ou melhor, mais palatável.

– Propaganda sonora? Palatável?

– Isso mesmo. Aquela com alto-falante.

– Quem terá o privilégio de seu voto, posso saber?

– Claro. Pensei muito no Mister Churros, mas decidi pelo sonho.

– Sonho?

– Exatamente. É o carro do sonho que está passando. Sonho de doce de leite, sonho de goiabada, sonho de chocolate. É o carro do sonho que está passando, freguesia… Alfa, Alfa é qualidade…

ENQUANTO ISSO…

 

 

 

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