Velho adepto das palavras cruzadas, as da categoria “difícil”, Natureza Morta viu-se obrigado a recorrer ao pai dos burros. Depois, para provocar, lançou o desafio ao professor Afronsius:
– Física. Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica. 11 letras.
Diante do interlocutor embasbacado, abriu um maldoso sorriso de triunfo e matou a charada:
– Resiliência. Re-si-li-ên-ci-a. Substantivo feminino. Física. Ou, no vulgo, capacidade que um indivíduo ou uma população apresenta após momento de adversidade, conseguindo se adaptar ou evoluir positivamente frente à situação.
Ainda garimpando palavras
O solitário da Vila Piroquinha não deixou por menos:
– Temos ainda o adjetivo resiliente – Que tem resistência. Por extensão: elástico.
– Ah, apelando para ele, o dicionário, até eu… – tascou Beronha.
– Mesmo assim, não foi fácil. Resiliência não consta do Míni Aurélio, que sempre está à mão. O jeito foi recorrer ao Aurelião, uma pesada edição de 1988. A resposta estava lá.
Detalhe: por coincidência, em duas matérias da Carta Capital desta semana o leitor topa com a palavra resiliência. Um sobre o rolo na Síria e, outra, sobre cinema. Lançamentos.
Segundo a Seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, as primeiras cruzadas modernas foram elaboradas por Arthur Wynne e publicadas no jornal New York World, em 1913. A forma rústica do jogo, no entanto, já existia no Antigo Egito. E, durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas britânicas recrutaram especialistas em palavras cruzadas para tentar decifrar códigos do inimigo.
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