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A cena, pelo que Beronha jura de pé junto, ocorreu de fato. O sujeito aportou no VIP Bar da Vila Piroquina, pediu um conhaque (novidade: estava frio e chovia naquele dia), mandou pra dentro, fez uma cara feia, cuspiu para o lado e invocou seus direitos de consumidor, protestando:
– Bah! Já estão falsificando até o conhaque Palhinha…
O proprietário do estabelecimento, que também é chamado de B.O., ou seja, Boletim de Ocorrências, tratou de tranqüilizar o restante da freguesia:
– Aqui tudo é original, autêntico, garantido, a começar pela placa ali atrás – e apontou para o aviso: “Não vendemos fiado. Vendi fiado acabei pelado”.
Natureza Morta concordou com o recado, lembrando que, em matéria de fiado, até Guimarães Rosa deu sua contribuição. Aliás, notável, profunda:
– O de hoje é um dia que comprei fiado.

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Prática comum

Voltando à pirataria: levantamento da Federação do Comércio do Rio, com apoio do instituto Ipsos, confirmou o que todos estão cansados de saber: para um batalhão de gente é prática comum recorrer à pirata. Ou, mais da metade da população brasileira admite ter comprado algum produto pirata neste ano. O percentual (52% dos entrevistados) é o maior já registrado desde o início da pesquisa, em 2006, segundo o noticiário da briosa, brava e indormida imprensa.
Cerca de 6 milhões de brasileiros que não consumiam produtos piratas em 2010 passaram a comprá-los em 2011. Os grupos que puxaram o aumento do índice foram as classes A e B. Ressalta a matéria que, apesar de ter consciência sobre a prática ilegal e seus prejuízos, o consumidor não muda sua atitude e continua comprando o produto falsificado.
Para Beronha, no entanto, o probrema da pirataria é quando o comprador é totalmente enganado. Leva gato por lebre.
Daí sua preocupação com as imitações: acha que, pelo andar da carruagem, logo teremos a bala de banana de Antonina falsificada, sem falar da paçoquinha, da carne de onça do Flávio (“agora com a licença do Ibama”), o Conhaque de Alcatrão São João da Barra e o pastel de cheddar, bacon, azeitona, gorgonzola e batata palha, da imbatível pastelaria Juvevê.
A conferir.

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Bom exemplo

Nem tudo está perdido, porém. Há belos exemplos de combate à pirataria, o que deve ser sistemático. Muitos estabelecimentos não dão folga à ilegalidade na questão do direito autoral de músicas, talvez a maior vítima da bandidagem.
Fazem questão de exibir um aviso de que tudo está correto, dentro da lei. Um adesivo, na entrada, diz tudo:
– Palmas para quem respeita a música e o artista. Este estabelecimento paga direito autoral. Ecad.
O problema mais grave da pirataria agora está centrado na internet. O que é um tremendo abacaxi.

ENQUANTO ISSO…