Além das críticas à escalação e ao esquema tático de Felipão, o que muito se ouviu e ainda se ouve são comentários contra os “feriados” da Copa, quando tem jogo do Brasil. É a turma da dor de dente, sempre do contra, rebatem alguns.
Mas, até pela presença de muitos estrangeiros, o tiro pode sair pela culatra. E saiu. Foi o que se viu no Bar VIP da Vila Piroquinha. Um eterno crítico – aquele que costuma falar com o dom da verdade, como diz Mino Carta – chegou a proclamar que o brasileiro, “já um povo vagabundo por natureza, que não trabalha, agora ainda ganha feriados adicionais por ordem da Fifa”.
Para azar do sujeito, nas proximidades estava um advogado. E advogado da área trabalhista.
– Vagabundo? Não trabalha? Ledo engano. Ele trabalha e trabalha muito. Mais do que muita gente em muitos outros países.
(Até 1988, com a mudança da CLT, o brasileiro trabalhava 8 horas diárias e 48 horas semanais. Aí, houve a redução para 44 horas semanais)
E, aproveitando a presença de um alemão, que veio para a Copa, o diligente advogado fez a prova dos 9:
– Quantas horas semanais vocês trabalham, lá na Alemanha?
– 40. E o governo agora defende uma redução para 32 horas semanais, no caso de quem possui filhos pequenos, para que se possa conciliar melhor a vida profissional com a familiar.
– Pois é, e não são tachados de vagabundos – fulminou o advogado.
Restou ao boquirroto tomar o último gole de cerveja e bater em retirada.
ENQUANTO ISSO…