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Inverno “chuvoso, lamoso e escorregoso”, como diz Beronha, o jeito é ficar em casa. Até porque, nessas condições, nosso anti-herói de plantão, que vive na flauta, fica mais folgado ainda. Afinal, tem desculpa de sobra para dar. Assim, mais na flauta do que panfleteiro de rua em dia de chuva, ou pedreiro contratado para erguer muro, tratou de – como gosta de dizer – buscar asilo na mansão da Vila Piroquinha.

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O algo mais

Como descobriu uma passagem secreta na biblioteca de Natureza Morta, Beronha, sorrateiramente, descarta um livro de Johann Wolfgang von Goethe, que finge ler há mais de dois anos, e mergulha no que chama de “alta literatura de fato”: gibi.
O livro que diz ler (no original) é Faust. Isso mesmo – para os íntimos, nada de Fausto, mas Faust mesmo. Igualmente, para revelar toda a sua intimidade com o autor, nada de Goethe. É simplesmente Johann Wolfgang von Goethe, como prefere e insiste.

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Aventura inacabada

No compartimento secreto da biblioteca, Beronha delicia-se com As Aventuras do Anjo, gibi da Rio Gráfica Editora, anos 1960.
A série As Aventura do Anjo começou como radionovela, da década de 1950, criada Álvaro Aguiar, que dava foz ao refinado detetive na Rádio Nacional. A transposição para os quadrinhos teve o toque de um mestre, Flavio Colin, que, aliás, trabalhou em Curitiba, fazendo storyboard para um jornal, na página policial, é claro.
Detalhe: no rádio, as histórias ocorriam nos Estados Unidos. No gibi, o cenário era brasileiro.

Turma de primeira

Os fiéis companheiros do Anjo eram Jarbas, Metralha e Faísca. Metralha – coisa dos States no tempo da lei seca? – tinha esse apelido por causa da metralhadora, sempre ao alcance da mão.
Não era a Lurdinha, do Tenório, mas a Matilde.
O drama de Beronha, compartilhado por Natureza: um dos gibis, exatamente o número 1 – “O Mistério do Circo” –, comprado num sebo, não traz as duas últimas páginas.
Resultado: a dupla não sabe a resposta para o enigma decifrado pelo Anjo e sua equipe.
Apelo de Natureza e Beronha: algum colecionador dispõe desse exemplar (completinho) para colocar de vez o tradicional “fim” no caso?

ENQUANTO ISSO…

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