Passado o Carnaval, possivelmente a ressaca também, os assuntos rarearam nas conversas do Bar VIP da Vila Piroquinha. E, por via de consequência, no dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha.
Para não deixar a bola cair, segundo Beronha, Natureza Morta recorreu não ao noticiário do momento, mas de décadas passadas. Começou pelas festas de fim de ano – de 1967.
Enchendo a cara
Está lá, página 119 de A Revista do Lalau, livro de 2008 que traz uma seleção de raridades, textos dispersos e inéditos de Sérgio Porto, o homem que inventou Stanislaw Ponte Preta e o país do Febeapá, Editora Agir. Antologia organizada por Luís Pimentel.
Conta Stanislaw que, nas festinhas de fim de ano, todo mundo encheu a cara de uma maneira ou de outra: “ou de cachaça ou de bolacha”.
– E nesta última, os que mais conseguiram sucesso foram os frequentadores do restaurante Le Tzar, onde saiu uma briga violenta e acabou com o réveillon às 2 horas. Um bêbado que ia entrando, ao abrir a porta e receber uma cadeirada no meio do peito, dava o maior berro:
– Espera aí, ó meu… Só comprei a mesa.
Outras do Lalau
O ano ainda não tinha terminado e já tinha gente interessada em “adiantar o Festival de Besteira número III”. A “fina flor dos Ponte Preta” sapeca uma nota publicada no Jornal Pequeno, de São Luís (MA).
– Sociais. Se tivesse ainda com vida, completava ontem mais um aniversário natalício a senhora Maria Leite, mãe de nosso companheiro de trabalho, J. Bolívar. A nataliciante residia em Barbalho, no vizinho Estado do Ceará. Os nossos parabéns aos enlutados.
Para fechar, a pedido do professor Afronsius, Natureza foi ao ABC da História:
– CÃO – Vide cachorro.
– PERU – Primo pobre do pavão. Muito mais modesto, nunca vai às festas: morre na véspera.
SARDINHA – As sardinhas só andam em grupos (cardumes), tanto no mar como na lata.
Encerrando, Natureza comentou:
– Hoje, o que não estaria escrevendo Stanislaw Ponte Preta? Faltaria espaço.
ENQUANTO ISSO…