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Resnais em Curitiba
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A morte do cineasta Alain Resnais, aos 91 anos, em Paris, levou Natureza Morta e o professor Afronsius a recordar alguns dos filmes da Nouvelle Vague, de Renais, é claro, caso de O Ano Passado em Marienbad (1961), Hiroshima, Meu Amor (1959), Muriel (1963) e A Guerra Acabou (1961).

E mais: o primeiro contato com o cineasta, graça ao Cine de Arte Riviera, que, nos anos 60, funcionava no antigo prédio do Colégio Santa Maria, na XV com a Tibagi, ao lado do Teatro Guaíra.

– Com um público pequeno, até pelo espaço, mas que estudava cinema a fundo, caso de Paulo Leminski e outros intelectuais da terra, como Lélio Sotto Maior Júnior, Carlos Alberto Pessoa, o Nego Pessoa, Sylvio Back, entre outros, não raras vezes a projeção quase era interrompida para dar lugar ao acalorado debate que se instalava na plateia. Uma verdadeira aula de cinema para os recém-iniciados. Você assistia o filme e saía quase catedrático no assunto.

O problema era quando dois ou mais críticos de alto coturno discordavam de algum enfoque, posição (moral) da câmera, do enquadramento político do cineasta ou da montagem de determinada sequência…

– De qualquer modo, era uma baita aula de cinema. Na tela e nos comentários fulminantes vindos dos espectadores.

Em tempo: o Riviera surgiu por iniciativa de José Augusto Iwersen, um apaixonado por cinema.

Em tempo 2: Resnais ainda estava em atividade até sábado passado. Seu último trabalho, Amar, Beber e Cantar, recebeu no fim de 2013 o Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim, além de um prêmio da crítica internacional no mesmo festival. O filme deve ser lançado neste mês.

O CI(s)NE de Lélio

Lélio Sotto Maior Júnior decifraria L’Année Dernière à Marienbad no caderno CI(s)NE, ensaios 1964-1969, publicado pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) em 1995:

– Sim, Não. Os labirintos de Espelhos do Talvez. As subdivisões prismáticas da Imagem. Cine-probabilística. Ao espectador: Imagens-palitos para montar-jogar. Cada Take, um projeto, cada momento de câmera, um para-si. Cada Travelling, um Para-Travelling. O Lance de Dados do Cinema. O Nada da Câmera contra o Serdouniverso. A cada avanço, inaugurações. Un coup de Caméra abolira-t-il l’hasard? Uma câmera contra as galáxias da Incerteza.

ENQUANTO ISSO…

3 março

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