| Foto:

– Mas bah, tchê! Agora vou amarrar meu pingo no CTG Presilha do Rio Grande…

CARREGANDO :)

Assim, abrindo um vasto sorriso, na vã tentativa de imitar um certo capitão Rodrigo, Natureza Morta comunicou que, nesta segunda-feira, terá início em Bom Jesus o XII Senatro (Seminário Nacional doTropeirismo), paralelamente ao IX Encontro Nacional do Cone Sul sobre Tropeirismo.

O duplo encontro, que irá até o dia 2 de maio, tratará de temas como turismo, tropas, tropeiros, arquitetura, literatura, usos, costumes, caminhos.

Publicidade

Diante do interesse do professor Afronsius e de Beronha (este já pensando num fandango e no tradicionalíssimo jogo do osso), Natureza recomendou a viagem a Bom Jesus. Em qualquer época do ano.

– Cidade muy buena, tchê!

De fato. A marca tropeira, como descreve a prefeitura de Bom Jesus, é presença marcante no município, “com forte valor cultural evidenciado nos muros de taipas que servem de caminho para as tropas de mulas que por diversos caminhos cortavam o território bonjesuense”.  Mais:

– As histórias dos antigos tropeiros enriquecem a nossa cultura e reforçam nossa identidade. O Seminário Nacional do Tropeirismo – Senatro – permite a troca de informações, construção de conhecimento e a preservação do movimento tropeiro. Encante-se revivendo a saga dos antigos tropeiros nos cenários ainda preservados.

Antes das primeiras fazendas

Publicidade

– Antes do povoado de Bom Jesus ser criado, os indígenas ocupavam toda a região. Os vestígios podem ser vistos até hoje em cavernas e em terras de cultivo. Mais tarde vieram os bandeirantes paulistas e os tropeiros, que deram início à criação das primeiras fazendas.

Todo o território pertencia ao município de Santo Antônio da Patrulha e, depois, pertencendo a Vacaria, era conhecido como 3.º Distrito da Costa, devido sua proximidade com o mar.

Promessa é dívida

Ainda do histórico de Bom Jesus. Devido à grande distância que separava o distrito e Vacaria e, também, aos precários meios de transporte, o povo lutou pela criação de uma capela em local mais próximo e acessível. Em 21 de maio de 1879 foi criada a Capela do Senhor Bom Jesus do Bom Fim. O nome foi dado devido à devoção de Manoel Silveira de Azevedo, dono das terras, o qual, indo à Guerra do Paraguai fez uma promessa: se voltasse são e salvo, iria formar uma capela com este nome.

De todos os cantos do mundo

Publicidade

– Em 16 de Julho de 1913, durante o governo do Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros, Bom Jesus emancipou-se (decreto número 2000). O município teve como primeiro intendente municipal o engenheiro Artur da Silva Ferreira. As famílias colonizadoras vieram de diferentes cidades, estados e países, trazendo consigo diversos costumes, hábitos e usos. Aos indígenas primitivos juntaram-se os portugueses, italianos, alemães e negros.

De Anita Garibaldi a Bento Gonçalves

Em 1918, por decreto de D. Miguel de Lima Valverde, bispo de Santa Maria, Bom Jesus passou à categoria de Paróquia e, em 1940, à categoria de cidade. Pelos campos de Bom Jesus passaram grandes mártires em operação de guerra, como na Revolução Farroupilha. Entre eles aparecem Anita Garibaldi, Bento Gonçalves e David Canabarro.

Na história do município merece destaque ainda o fato de Bom Jesus ter tido o maior posto de arrecadação de impostos e controle do Governo Imperial, na província do Rio Grande de São Pedro. O posto funcionou por muitos anos no Rio Pelotas, no chamado Passo de Santa Vitória ou Guarda Velha.

Encerrando, Natureza Morta reforçou o convite: vale a pena conhecer Bom Jesus. Pilchado ou não.

Publicidade

ENQUANTO ISSO…