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Segundo anunciou a briosa, brava e indormida imprensa, a partir de hoje o Atleticon volta a mandar seus jogos em Curitiba. Ou seja, no Ecoestádio, agora com a capacidade mínima de 10 mil lugares. Como o sistema de iluminação ainda vai demorar um pouco, teremos cinco jogos em dias úteis – e em pleno horário comercial (15 horas).
Ao comentar a notícia com o professor Afronsius, Natureza Morta disse não temer a falta de público. A história prova o contrário. Diante da cara de surpresa do vizinho de cerca (viva), explicou, contando um caso verdadeiro.

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De volta à Baixada

No tempo da velha Baixada, um certo jornal popular de Curitiba fez uma matéria que deu o que falar. Com pouco texto e várias fotos batidas de dentro do campo para enquadrar a galera, mostrou que, em plena tarde de quarta-feira, dia em que o Atlético normalmente realizava seu treinamento, comparecia ao estádio um público considerável. E não era véspera de Atletiba.
– As fotos mostravam gente de terno e gravata, pastinhas embaixo do braço, office-boys que, teoricamente, deveriam estar plantados em alguma fila (executando os famosos serviços bancários), funcionários que foram dispensados porque tinham consulta marcada com o médico, funcionários fantasmas de todos os calibres e dos três poderes e até garis da limpeza pública.
– Tá certo, era trêne, portões abertos e etc, mas…

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“Bonito” na fotografia

Beronha não gostou de relembrar o episódio. Para o nosso anti-herói de plantão, a matéria tinha, embutida, uma dose de molecagem. O impacto foi grande, até mesmo porque, naquela época, não havia celular para “achar” a pessoa (“onde você está?”) e muito menos para tirar retrato dos incautos em situação comprometedora. Todo mundo era anônimo, um desconhecido, nunca um ilustre desconhecido.
– Foi nessa aí que eu perdi meu emprego. Meu cabidão, aliás. Lembro bem: no dia seguinte, o chefe me chamou, me olhou bem na cara, conferiu uma das fotos da arquibancada, dobrou o jornal e me mandou falar com o chefe do RH. Suspeito que não era torcedor do Atlético.
– Procede. O patrão deveria ser torcedor de um certo coirmão… – arrematou Natureza.
Na dúvida, para que não se repitam episódios como o de Beronha, fez a sugestão:
– Dependendo o caso, o torcedor deve ir ao Ecoestádio com máscara. Ou capuz.

ENQUANTO ISSO…