Domingo, Atletiba decisivo, três horas antes do início da partida. Terminal Santa Cândida. A movimentação de torcedores ganha corpo. Aí, um integrante da Guarda Municipal deixa a viatura e se dirige a um rapaz que acaba de chegar, carregando uma jaqueta sobre o ombro. Consciencioso, sugere:
– É melhor vestir a jaqueta. E puxar o zíper.
Não é de hoje que grupos de (maus) torcedores costumam atacar adeptos do time adversário, principalmente quando que estão em minoria, ou, preferencialmente, sozinhos.
A iniciativa do guarda foi elogiada por alguns usuários e criticada por outros:
– Cadê o direito de ir e vir com a camisa que quiser?
O problema é outro. É que, entre nós, o banditismo motivado pelo futebol chegou a um ponto extremamente absurdo. Não era assim. Décadas atrás, em Atletiba, as torcidas chegavam e saíam calmamente tanto do Couto Pereira como da velha Baixada.
O episódio do terminal levou professor Afronsius a citar o velho recado da Polícia Civil, exibido no capô das viaturas:
– Servir e proteger.
E há, por supuesto, várias maneiras de servir e proteger, principalmente hoje em dia, tempos de cólera e de ensandecidos pelo que deveria ser um mero esporte. Basta ver que, ontem, nosso amigo Joãozinho, atleticano histórico, saiu de casa – para comemorar e ajeitar o cabelo – envergando uma camisa do Santos. Seu segundo time.
– Não dá pra marcar bobeira…
No mais, clubismos à parte, não seria o momento de convocar o goleiraço Weverton para a seleção? Seleção?
Olha só: após a conquista do título de campeão paranaense de 2016, ele declarou:
-É como se ganhasse um Mundial. Parabéns a todos os atleticanos e a todos os meus companheiros.
ENQUANTO ISSO…
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