Muita sorte traz azar. É o que disse e assina embaixo professor Afronsius, tanto que nunca jogou, nem mesmo no bicho. Vai daí que ficou satisfeito com o resultado da Mega-Sena, sorteio do concurso 1655…
– 1655? Deixa eu anotar pra fazer minha fezinha amanhã… – interveio Beronha.
Voltando ao jogo legalizado. Dois apostadores, um de Cianorte, Paraná, e outra do Rio, vão dividir R$ 135 milhões.
– Já pensou apenas um ganhador? Seria um tremendo azarado, iria virar o Uruguaio – acrescentou professor Afronsius, voltando a citar o caso do personagem de Luis Fernando Veríssimo em Os Espiões, livro de 2009, Editora Alfaguara. Para quem não leu – e não sabe o que está perdendo -, Uruguaio é um cabôco que, na imaginária cidade de Frondosa, teve a infelicidade de ganhar o bolão quando da final da Copa de 50.
Talvez o único brasileiro a cravar 2 a 1 e ter tamanha infelicidade de acertar na mosca. Passou a ser hostilizado pela população. Apedrejamento de sua casa, banido de todos os bares e outros locais públicos, amaldiçoado pela família, os amigos etc etc.
Passou a ser execrado na rua, apontado como “o uruguaio”. E de nada adiantou ter doado a metade (ou mais da metade) do maldito prêmio a instituições de caridade – e outras nem tanto, como a dona do lupanar de Frondosa, que ficava atrás do cemitério.
Continuou amaldiçoado, marcado pelo apelido de Uruguaio. O sujeito que traiu o Brasil. Um crime sem remissão.
– Agora, pelo menos, dois felizardos dividirão não só prêmio, mas, sorte dupla, o peso de tanta grana, peso até por conta da inveja alheia.
ENQUANTO ISSO…
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