A pedido de um amigo interessado em cinema, professor Afronsius voltou ao texto de Amir Labaki sobre o mestre do suspense. Para entender o “continente submerso da obra” de Alfred Hitchcock, pinçou breves trechos da Ilustrada, Folha de S. Paulo, agosto de 1999:
– Talvez em nenhum outro recorte da obra hitchcockiana os refexos da culpa católica e do rigoroso moralismo vitoriano sejam tão evidentes, mesmo quando distorcidos pelas lentes da ironia.
– Crítica: um crítico pergunta se o diretor leu o artigo em que arrasa seu último filme. Resposta: “Li, sim. Fui chorando depositar o cheque no banco”.
-Em cada uma de nossas histórias, tentamos apresentar uma lição que frise uma moral, como nossas mães faziam.
Uma admiração (mútua) : Luís Buñuel.
– Em Hitchcock, com frequência, os homens sabem demais ou de menos; o saber justo é o das mulheres.
– Todo efeito existe para desaparecer no filme, para melhor expressar a realidade. O que se vê no set pode ser falso; o que se vê na tela tem de parecer real.
– Espelho: o espectador é um voyeur. James Stewart, em Janela Indiscreta, ocupa o lugar do espectador, não só pelo voyeurismo como pela imobilidade (está preso à poltrona, com as pernas quebradas). O filme reflete a um tempo sobre o ato de filmar, de ver um filme e sobre o cinema propriamente dito.
– Humor: britânico. Ora irônico, ora cínico, sempre distante. Componente essencial de seus filmes.
Beronha, para encerrar:
– Não tem uma matinada aí com desenhos do Tom & Jerry?
ENQUANTO ISSO…