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A letargia alheia

Ao comentar a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, a revista The Economist cutucou a onça (ou o vespeiro) com vara curta. Até porque publicou a foto de um cabôco deitado na rede e tascou que é hora de o brasileiro “sair da letargia”.

Beronha, nosso anti-herói de plantão, reagiu, furibundo:

– Não aceito ingerência estrangeira em assuntos internos, ou melhor, domésticos. Uma violação de soberania! Invasão do sagrado recinto do lar! Estou a fim de acionar o Conselho de Segurança da ONU!

Já a revista Carta Capital desta semana deu o troco, à altura, com a nota “Nata da malandragem”, na seção QI/Estilo. Como ilustração, uma foto (colorida, de primeiríssimo mundo) da rainha Elizabeth II. Diz a revista que a estatística sobre a produtividade é verdadeira, mas a edição de The Economist  “incorre no preconceito clássico do colonialista que, bicando seu gin and tonic, demonstra todo o seu desprezo pela ralé nativa”.

E ressalta: “A revista tem sede num país cuja população tem reconhecida ojeriza pelo trabalho. De mais a mais, The Economist  nutre grande apreço por aqueles que fazem da vadiagem uma longeva e nobre tradição: a realeza britânica”.

Para o diretor de redação da Carta Capital, Mino Carta, o artigo “A soneca de 50 anos” mostra “um colonizador que olha para o mundo que o cerca com desprezo e uma certa condescendência irônica”.

Trabalho por trabalho…

Professor Afronsius, por sua vez, recomendou aos ingleses um filme: Vai Trabalhar, Vagabundo. De 1973, realizado por Hugo Carvana, conta a história de Dino (o próprio Carvana). Ao deixar a prisão, quer aproveitar a liberdade “revendo os velhos amigos e namoradas”. Ele se recusa a trabalhar, preferindo viver na vadiagem. Ao saber que o local onde jogava sinuca está em baixa, elabora um plano que fará com que o maior confronto da história da malandragem carioca, entre Babalu (Nelson Xavier) e Russo (Paulo César Pereio), aconteça mais uma vez. Só que Russo está internado em um hospício, enquanto que Babalu deixou a sinuca após se casar com Vitória (Rose Lacreta). Nada que Dino, com sua lábia, não possa resolver. Como se verá, na tela.

ENQUANTO ISSO…

30 de abril (1)

 

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