A revista Carta Capital desta semana, em texto de Nirlando Beirão, comenta o livro de poesias de Michel Temer, isso mesmo, do vate MT, ou melhor, do poetastro, como bem demonstra a matéria Temer no Parnaso. Do outro lado, no contraponto, temos gente como Mario Quintana, Vinícius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Fernando Pessoa, Gregório de Mattos e o nosso Paulo Leminski. Goleada, resultado mais do que previsível.
Um exemplo da genialidade de MT:
A vida e o tempo
Chorei lágrimas milhares
Chorei lágrimas centenas
Chorei lágrimas dezenas
Chorei uma única lágrima
Depois, não chorei nunca mais.
Na sequência, o troco. E temos :
– Paulo Leminski ficaria atordoado. Impossível alcançar a profundidade minimalista do bardo do Jaburu com minúsculas digressões como esta que Leminski rascunhou:
Não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
O nome do livro, caso interessar possa: Anônima Intimidade, Editora Topbooks, 165 páginas, R$ 39,00.
– Vade retro. Nem de graça – reagiu um leitor. O homem é ruim em tudo onde mete o bedelho.
ENQUANTO ISSO…