Dos bons tempos do cê-cê e do sabonete Lifebuoy, o professor Afronsius chegou todo animado para o dedo de prosa junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha. Encontrou um texto sobre o produto da Unilever, de grande sucesso nos anos 1940 – e até o início dos anos 1970.
Natureza Morta achou interessante. A campanha de lançamento fez com que surgisse a expressão cê-cê, ou seja, cheiro de corpo. Um dos reclames (na época era reclame mesmo) garantia: “Nada de C.C. comigo…” De tão popular que se tornou, foi para os dicionários.
– Outro mote da propaganda: vale o quanto pesa.
A outra avaliação
Aproveitando a deixa do professor Afronsius, o solitário da Vila Piroquinha, frisando que uma coisa não tinha nada a ver com a outra, contou ter lido um estudo que também desemboca na palavra peso.
– Os adultos do planeta, quanto isso pesa?
Biólogos trabalharam com dados da população mundial e chegaram ao peso total de todos os adultos: 287 milhões de toneladas. Não foram incluídas crianças na estatística. Do total de toneladas, 15 milhões vieram de pessoas que estavam acima do peso.
Para que se possa “visualizar” a coisa, peso da humanidade seria o equivalente a mais de 5.400 navios transatlânticos semelhantes ao Titanic.
A questão que ficou no ar, terminado o papo:
– Já que as crianças ficaram de fora, cabe indagar: o tráfico de pessoas, segundo a ONU, é o terceiro crime mais lucrativo do mundo. Só perde para o tráfico de drogas e de armas. Anualmente, 2,4 milhões de pessoas são traficadas para trabalho forçado – em 80% dos casos, exploração sexual. E aí, com tanta cachorrada que rola pelo mundo, a humanidade – como o sabonete Lifebuoy – vale o quanto pesa?
ENQUANTO ISSO…
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