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Vale a pena ver. Ou rever
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Em São Paulo, o Sesc Vila Mariana promove a exibição (gratuita) de uma série de filmes para promover uma discussão sobre as diferentes formas de censura a artistas e obras em vários contextos históricos. É o projeto Cortina Fechada: Territórios da Arte, como informa matéria de Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil.

Da programação constam longas-metragens de Luis Garcia Berlanga, Fritz Lang, Eisenstein, Costa-Gravas e Godard – entre outros, divididos em eixos temáticos. Os filmes foram selecionados pela cineasta Lúcia Murat.

A volta do vampiro

No dia 29 de abril, às 14h, será exibido M, o Vampiro de Dusseldorf, 1931, de Fritz Lang. O autor, alvo permanente do regime nazista, acabaria exilando-se nos EUA, onde morreu aos 85 anos. O longa-metragem traz a história de Franz Becker (Peter Lorre), “um assassino em série de crianças que se aproxima de suas vítimas enquanto assobia sempre a mesma música. Depois de diversos crimes, começa uma investigação policial que agita a cidade e a cobertura da imprensa atrapalha as investigações”.

Um clássico do expressionismo alemão. Aí, um velho fã do cinema acrescentou: M – O Vampiro de Dusseldorf  (M – Eine Stadt sucht einen Mörder) teve como autores do roteiro o próprio Lang e Thea von Harbou. Quem não puder ir a São Paulo pode procurar o filme em boas locadoras.

O submundo e o efeito colateral

O filme. No final da década de 1920, uma série de crimes espalha o pavor na cidade. Um assassino de crianças desafia as autoridades. A polícia vai às ruas com força total, para tranquilizar os moradores, que pedem justiça. Nada consegue. Mas a presença de tantos policiais dando batidas pela cidade provoca efeito colateral. O submundo do crime, de repente, tem sua rotina alterada. É colocado em xeque, imobilizado. E trata de preservar seus interesses, lançando-se também à captura do criminoso. Rapidamente, por conhecer o submundo, chega a ele. Aí vem a questão: decidem julgá-lo. O criminoso deve ser entregue às autoridades ou executado sumariamente?

Fritz Lang fez o roteiro a partir de um artigo que leu sobre o serial killer Peter Kuerten, que espalhou o terror naquela cidade alemã.

O filme, por supuesto, foi proibido na Alemanha nazista. Peter Lorre, que interpreta o vampiro, deixou o país logo depois das filmagens. O ator era judeu. Fritz Lang partiria anos depois.

Afinal, na época o sinônimo de morte não era mais uma só pessoa, como na história de M. Muito pelo contrário.

ENQUANTO ISSO…

 

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