Tirando a conquista do primeiro turno, o Atlético enfrenta uma fase de maré baixa.
– O jeito é voltar ao passado. Passado recente – sugeriu o professor Afronsius no tradicional dedo de prosa com Natureza Morta, junto à cerca (viva) da mansão da Vila Piroquinha.
– De fato. Até para elevar o moral.
Passando por cima
Depois de acionar a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, o solitário da Vila Piroquinha retornou mais animado. Indisfarçável sorriso na boca e, nas mãos, recortes de jornais e pesquisas sobre torcidas.
– Vejam isso. Coluna de Paulo Roberto Falcão, jornal Zero Hora, outubro de 2002. “Máquina de chutar”. “O Atlético Paranaense é o grande time do Brasileirão. Até agora, mas também e principalmente porque passa literalmente por cima de seus adversários. Velocidade, vocacionada para o ataque. Um time que chuta uma vez a gol a cada quatro minutos só pode mesmo marcar”.
Do jornalista Armando Nogueira, ainda em 2002, jornal O Estado de S. Paulo: “Bom mesmo é o Atlético Paranaense, que tem bala de sobra para enfiar cinco em qualquer um dos dois (referindo-se a Flamengo e Fluminense). Vem honrando plenamente o título de campeão brasileiro. Só não fez 6 no Botafogo porque as traves salvaram o goleiro Carlos Germano, o qual, por sua vez, fez três defesas que considerei verdadeiros prodígios”.
Paranaense internacional
Outro recorte, de carta de um leitor à Gazeta do Povo, em 2005:
– Conquista importante. O Atlético (também chamado agora de Paranaense pelo The Guardian, Le Monde, El Clarín e outros) é vice-campeão das Américas. Não é pouco. Além de não desdenhar a campanha e seu alcance, deveríamos todos, atleticanos em geral e formadores de opinião em particular, comemorar o feito, seja com gritos, sorrisos e fogos seja com manchetes no jornal.
Pesquisas regionais e nacionais
Ainda com o vasto arquivo à mão, Natureza exibiu o estudo de 2003 do Instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo, sobre as torcidas. Atlético na frente, com 26,83%; Coritiba, 19,61%. Paraná 10,12%. Detalhe: em Curitiba, 51% do público feminino compunham a torcida do Atlético – “maior índice entre os times da capital”.
Continuando em 2003: pesquisa do site Paranaguá Notícias apontava o Atlético com 50% dos torcedores naquela cidade, contra 35% do Coritiba e 15% do Paraná. No mesmo ano de 2003, o Coxa liderava. No mesmo ano, o Instituto DataFolha colocava o Atlético com 52,63% na capital (Coritiba 36,84%); no interior, CAP 53,84%; Coritiba 30,76%.
No ano seguinte, a 3.ª Pesquisa Lance! Ibope confirmava o cenário de 1998 e 2001: o Atlético detinha 9,7% dos torcedores no Paraná, contra 4,2% do Coritiba.
– Detalhe: o Furacão era o primeiro do Estado a ter peso para figurar no ranking nacional.
Outros levantamentos, de 2005 (Paraná Pesquisas), 2006 (Ipsos Marplan), 2007 (CNT/Census) e 2008 (DataFolha), confirmavam a liderança atleticana no Estado.
E não vamos esquecer o recentíssimo (deste mês e deste ano) Pluri Consultoria: Atlético com 1.200 milhão de torcedores; Coritiba 1.100 milhão. Saiu na Tribuna.
Top of Mind
Para encerrar, já que Beronha, nosso anti-herói de plantão começara a bocejar (“essa rotina me mata, esse time só me dá alegrias”), Natureza citou, en passant, as seguidas conquistas (1997, 2002, 2005) do Top of Mind – as marcas mais lembradas do Paraná, promoção da revista Amanhã (Porto Alegre). Atleticón tricameão.
– No levantamento de 2005, deu 38,3% contra 17,3% do Coritiba. Segundo a revista, “Atlético dá goleada”.
– Pois é, mas está na hora de fazer como Félix, ressurgir das cinzas – arrematou Beronha.
– Felix é o gato. Tem que ser Fênix – corrigiu o professor Afronsius. E com urgência urgentíssima.
ENQUANTO ISSO…
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