Não é raro, muito pelo contrário, a confusão que se faz, inclusive por boa parte da imprensa, entre rapto e sequestro. Ou furto e roubo. Uma coisa é uma coisa e a outra é outra coisa. A famosa troca de alhos por bugalhos não é de hoje, mas perdura – mesmo com o avanço do noticiário sobre a criminalidade e as lições de fácil acesso, bastando ver, nas ruas, por exemplo, viaturas policiais com a identificação “Delegacia de Furtos e Roubos”.
E a coisa se complica quando você se depara com “raça humana”.
– Não é raça, mas sim espécie – prontamente reagiu o amigo Sergio Ahrens, engenheiro florestal, pesquisador em Planejamento da Produção e Manejo Florestal da Embrapa, bacharel em Direito, sempre preocupado com a sobrevivência do ser humano.
A opção pelo snowbording
O motivo do cartão vermelho (ou amarelo) foi uma matéria que leu. “Instituto britânico alerta para riscos de extinção da raça humana”.
Saiu no site Ambiente/Brasil, na quinta-feira passada. “Uma equipe internacional de cientistas, matemáticos e filósofos do Instituto do Futuro da Humanidade, da Universidade de Oxford, está investigando quais são os maiores perigos contra a humanidade. E eles argumentam em um texto acadêmico recém-divulgado, Riscos Existenciais como Prioridade Global, que autores de políticas públicas devem atentar para os riscos que podem contribuir para o fim da espécie humana.”
Preocupante: no ano passado, houve mais textos acadêmicos lançados a respeito de snowboarding do que sobre a extinção humana.
Último século, aproveite
O diretor do instituto, o sueco Nick Bostrom, afirma que existe uma possibilidade plausível de que este venha a ser o último século da humanidade.
Mesmo superando pandemias e desastres naturais, desta vez a humanidade, acredita ele, entrou “em uma nova era tecnológica capaz de ameaçar nosso futuro de uma forma nunca vista antes. Estas são “ameaças que não temos qualquer registro de haver sobrevivido”.
Compara as ameaças existentes a uma arma perigosa “nas mãos de uma criança” e diz que o avanço tecnológico “superou nossa capacidade de controlar as possíveis consequências”.
Biologia sintética e outras cositas más
Ainda o alerta: “Experimentos em áreas como biologia sintética, nanotecnologia e inteligência artificial estão avançando para dentro do território do não intencional e o imprevisível”.
– Não é ficção científica, doutrina religiosa ou conversa de bar – diz um outro cientista.
Beronha:
– Continuo adepto da conversa de bar.
Quanto ao uso indevido de raça humana, professor Afronsius ponderou: não seria o caso de tradução mal feita?
– Até pode. Tradução, traição – finalizou Natureza Morta, cobrando mais atenção dos revisores.
ENQUANTO ISSO…