Gatinho na sacada em Veneza.| Foto:
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Os gatos são os únicos animais representados nas tradicionais máscaras carnavalescas venezianas. O motivo? Uma antiga lenda diz que um homem chinês chegou com seu gato à Veneza sem mais nada: nem móveis, nem dinheiro. O bichano auxiliou o homem a livrar todos os ratos de um palácio e tornou o seu dono rico, recompensado por um nobre morador da cidade.

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Os bichanos eram escassos na região desde o século 14, época em que a peste negra devastou a Europa. O agente causador da doença era a bactéria Yersinia pestis, que começou contaminando marmotas na Ásia Central. As pulgas que picavam esses bichos mordiam também os mercadores que transitavam pela movimentada Rota da Seda, que ligava a Europa ao Extremo Oriente. A bactéria começou a contaminar os ratos europeus e fez a epidemia se alastrar rapidamente.

Os gatos seriam uma boa numa situação como essa, já que são predadores naturais dos ratos e ajudariam a controlar a disseminação da peste. O problema é que os felinos andavam em falta e ainda eram associados à bruxaria. Alguns chegaram a ir para a fogueira porque existia uma crendice de que eles eram encarnações de demônios.

Pela necessidade, no entanto, os venezianos chegaram ao ponto de ir até a região da Dalmácia para trazer um navio cheio de gatos. Eles não tinham outra tarefa a não ser a de caçar ratos e se transformou em símbolo de sorte. Atualmente, é impossível não notar os bichanos circulando entre as calles e ruelas mais tranquilas venezianas. É normal ver os bichanos nas janelas das casas, nas pequenas pontes entre os canais e até mesmo junto aos turistas nos restaurantes e bares em busca de alguma sobra de comida. Eles deixam a paisagem ainda mais bonita.