De Clorinda até Ruta 11, em Resistência, seriam 3 dias. Tudo novo pelo caminho. Agora relato meu percurso pela Argentina, uma cultura completamente diferente do Paraguai.
A partir deste trecho não se encontra mais acostamentos, o que exige muita atenção, e a estrada é toda plana e muito quente. Em relação à gastronomia, a região não tem muito a oferecer. O trecho foi difícil, quase mil quilômetros de muito calor!
O caminho é muito bonito para quem utiliza carro ou moto, pois em dois dias se conclui o trecho. De bike é preciso 10 dias. Tudo se torna monótono e cansativo, mas faz parte do caminho e do desafio. Momento para meditação e reflexão. Necessário para arranjarmos força e seguirmos dia após dia. Com direito a paradas para almoço, em alguma sombra que encontrasse!
Passei pela cidade de Formosa, onde fiquei uma noite. Por ali descobri que a cultura argentina é muito diferente e curiosa. Às 7h30 as ruas estão lotadas, os bancos com filas enormes. Já às 13h, a cidade fica deserta, o comércio fecha e só volta às 17h, finalizando às 21h. E os restaurantes só encerram a 1 da manhã. Todos muito concorridos pelos clientes.
Seguindo em direção a Resistência, o calor começa a ficar insuportável, passando dos 45 graus C. A água para beber fica quente. Sem cidades e nem postos, o desafio fica mais pesado.
A distância entre Resistência e Formosa é de 172 km. Seria possível fazer em um dia, mas não há como pedalar tanto pois as estradas não têm acostamento, o trânsito de caminhões é pesado e anoitece às 20 horas. Seguir em frente seria quase como uma tentativa de suicídio. Obriguei-me a parar apenas meia hora antes do destino final.
Encontrei um único posto, onde pude tomar um banho. Perguntei ao senhor que trabalhava ali se seria perigoso dormir no chão do lado de fora. Ele me apontou uma fotografia de Jesus Cristo e disse que ele cuidaria de mim. Preparei um macarrão instantâneo e dormi pela primeira vez no saco de dormir, do lado de fora da loja, que fechou 1 hora da manhã.
Nesta noite a temperatura mais baixa foi de 25 graus C. Muito quente. E ainda disputei o meu espaço com mosquitos, que queriam me comer vivo. Entrei no saco de dormir, que, na realidade, era para o frio. O calor foi insuportável. E para me proteger tive que cobrir o rosto com uma camiseta. Mas os mosquitos ainda tentavam entrar pelo nariz!
Foi horrível. cinco horas de muito calor, suando muito e tentando me livrar dos insetos. Quando realmente consegui dormir, de tão cansado que estava, já passava das 4 horas. Então foi a vez dos caminhões, começaram a sair e o barulho dos motores me acordavam a cada 5 minutos.
Às 6 horas, saí do posto e segui para Resistência. Parei para um café da manhã e, na hora de pagar, o cartão não passou. Tentei sacar no caixa eletrônico e nada. Sem cartão e sem dinheiro, sabia que estava com um problema.
Fui atrás de um hotel pois precisava descansar, e deum telefone fixo para solucionar o cartão. Liguei para o Brasil. Depois de muitas horas e muitas tentativas, resolvi o problema. Passei o restante do dia dormindo para me recuperar.
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