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No pântano sombrio das redes sociais (a caixa de comentários, sendo mais específico), algumas pessoas quase chegam ao cúmulo de justificar o massacre cometido por terroristas armados com fuzis contra a redação do jornal francês Charlie Hebdo com o elaborado argumento de que eles “agradavam a direita francesa” ou “incitavam o preconceito” ou ainda “mexeram em vespeiro”. Vi até um “ain, os desenhos eram tipo quinta série”. Juro que li até “e as crianças que morrem todos os anos na África?”. Sensibilidade de um rinoceronte.

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É uma tentativa cretina de reduzir a dimensão do que aconteceu para caber na sua visão estreita de mundo.

Essas justificativas são passadas sutilmente por debaixo da porta com um veemente NÃO QUE EU APOIE O QUE ACONTECEU. Mas aí já é tarde demais, a pessoa já se entregou e demonstrou que discernimento não é lá sua especialidade. A ideia de punir o autor de um cartum com tiros de fuzil não é tão abominável assim na cabeça dessas pessoas. NÃO QUE ELA APOIE O QUE ACONTECEU, claro.

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Como extremistas não entendem que ideias se combatem com ideias, a próxima edição do Charlie Hebdo terá 1 milhão de exemplares –  e não apenas 60 mil como era habitual. Mais ainda, as charges que se queriam banidas para sempre, tornaram-se bandeiras da luta pela liberdade de expressão.

Abaixo algumas charges que fiz no dia do atentado:

Publicada na Folha de S. Paulo
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