Não sei como é em outros bairros, mas aqui onde moro eles estão por tudo, nos gramados, nas calçadas, nas praças, debaixo das árvores e, para nosso azar, em nossas próprias solas de sapato. De tempos em tempos o curitibano esquece um pouco as campanhas de boas maneiras e libera seu adorável saco de pelos para fazer cocô na cabeça do cidadão distraído.
Dia desses, numa grande praça no Cabral, em meio a uma dezena de crianças correndo e rolando no gramado convidativo de um sábado de sol, uma madame chegou com seu pet de quatro patas e deixou que ele fizesse suas necessidades ali mesmo, na grama, no meio dos pimpolhos, como se o animalzinho fosse um dos animaizinhos que ali brincavam. “Ai, agora vamos buscar uma sacolinha para limpar, né bebê?” ela disse, sem conseguir esconder que isso iria ficar apenas na mais dissimulada intenção.
Claro que ela não voltou e alguém enfiou o pé ali com o mesmo entusiasmo com que Frank Sinatra enfiou as mãos no cimento da Calçada da Fama. No Bosque do Papa é preciso uma placa do tamanho da Capela Sistina para que os donos de cachorro vejam que é PROIBIDO andar com seus “dogs” por ali. Não por nada, mas eles CAGAM na grama e as pessoas pisam. Acho que é um bom motivo para eles não estarem ali, não? E mesmo que limpe… sempre sobra algum resíduo com alguns bilhares de bactérias infecciosas que, cedo ou tarde, terminarão em nossas línguas.
E tem um tipo de dono de cachorro “educado” que até leva a sacolinha, junta com amor o cocô do chão e… pendura a sacolinha em uma árvore da rua!!! Como se fosse uma instalação ou uma árvore de Natal personalizada. WARNING: Quando virem uma sacolinha amarrada em uma árvore, não pense que é macumba ou um tipo improvisado de estufa para proteger frutas: é apenas cocô de cachorro ensacado como uma boleadeira de fezes mortal. Na verdade, um resumo do que o dono de cachorro pensa da sociedade.
Não me levem a mal, eu adoro cachorro (tive três inesquecíveis amigos que eram os vira-latas mais parceiros do mundo). Mas não deixe seu cãozinho sujar a calçada, o gramado ou a rua. Eu sei que, para ele, é a hora mais importante do dia e, dependendo do lugar, da quantidade ou do formato do cocô, é o motivo de maior orgulho de sua existência. Ele quer que sua “obra” fique ali para que o cachorro do prédio ao lado veja e fique com inveja de sua criação. Os cachorros também são artistas soberbos.
Porém, temos regras de civilidade que não podem ser transigidas assim, apenas por egoísmo. E uma delas diz: eu não quero pisar no cocô do seu cachorro e trazer para dentro de minha casa.
Ainda sobre cachorros adoráveis, deve estrear em breve o desenho em 3D do Snoopy. Vamos ver?
P.S. – É certo afirmar que boa parte dos donos de cachorro dão destinos razoáveis para os dejetos de seu “bebê” > o lixo ou a grama do vizinho. Quero acreditar que é uma minoria que não se importa.
P.S. 2 – Na rua Rocha Pombo, no Juvevê, em frente a escola Stella Maris, tem uma casa misteriosa em que os donos deixam gatos confinados em gaiolas em pleno quintal, com uns dois ou três cachorros soltos ao redor. Uma cena bem triste.
Lula está acordado e passa bem sem sequelas após cirurgia cerebral de emergência
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Congresso dobra aposta contra o STF e reserva R$ 60 bi para emendas em 2025
Milei completa um ano de governo com ajuste radical nas contas públicas e popularidade em alta