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Brasília, 22 de março de 2012

A primeira pessoa “notória” que encontrei quando cheguei ao senado foi o Renan Calheiros. E ele é assustadoramente a cara do David Letterman. É como se ele fosse uma espécie de irmão gêmeo maligno do apresentador americano, mandado para longe (Alagoas), para não causar problemas para a família.

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Quase não acreditei. Fiquei e menos de meio metro do mito Paulo Maluf. Não chego tão perto de um bicho peçonhento desde que visitei aquelas cobras do Passeio Público.

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50% das pessoas que estão em Brasília estão fazendo algum tipo de lobby. As outras 50% estão sofrendo algum tipo de lobby

No congresso uma cena deprimente: o deputado Francisco Escórcio discursava para um plenário tão vaqzio quanto as palavras dele. Havia somente um deputado ouvindo o blablablá e que, por sinal, era citado no falatório. E sobre o que era o discurso do ancião deputado maranhense Francisco Escórcio? Adivinhou: sobre o prospero e pungente estado do Maranhão e seu dono, José Sarney. Taí porque ninguém estava lá ouvindo…

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Uma das coisas asquerosas por aqui é um certo clima de reverência irônica que os políticos fazem entre si. A palavra “nobre” vem carregada de um sarcasmo particular que parece que quer dizer “não sei qual de nós dois é mais sujo e eu te felicito por não estar atrás das grades”.

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Se eu pudesse, faria um reality show no Congresso ou um desenho animado sobre a vida de um taquígrafo. Aliás, que profissão sofrida. Quem é que quer ser taquígrafo no Congresso? Aguentar as sessões nos plenários não é profissão, mas sim uma espécie de punição.

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Ouvi de um deputado ontem: “90% dos que estão aqui são vagabundos”. 90%!!!!

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