Não sei se porque os domingos são dias meio melancólicos, mas ultimamente tenho me perguntado: do que a gente ri quando Zina, o poeta de uma palavra só -” Ronaldo!” – aparece no programa dominical Pânico, da Rede TV?
Seria do estererótipo pejorativo pregado ao torcedor corintiano? Ou seja, pobre, bêbado, maloqueiro, negro, semi analfabeto, cabelo descolorido, calça moletom, mano da perifa, etc, etc, etc?
O Zina é o personagem que os comediantes stand-up imitam todas as noites, nos bares noturnos, para platéias que pagam caro para se empanturrar de cerveja, porções de galinha frita e rir de pobres, travestis, peruas e todo o cast de tipos “patéticos” que os comediantes se especializaram em imitar.
Tem algo errado nisso? Não sou um cara que fica dizendo do que as pessoas devem ou não rir (do tipo que escreve para jornais condenando cartunistas, saca?), mas o caso específico do Zina, transformado em bobo da corte miserável e alcoolizado, diz alguma coisa sobre o que as pessoas acham engraçado no Brasil. Do que e de quem elas riem, especialmente se tiver um bordão fácil de decorar: “Ronaldo”, “ô coitado”, “tô paganu”, etc.
Falar nisso, Danilo Gentili soltou uma piada com tom racista no Twitter. Era algo como “por que o King Kong pode vir para a cidade e pegar a loira? Quem ele pensa que é, jogador de futebol?”. Choveu pessoas querendo atira-lo aos leões. Houve uma réplica do Helio De La Peña, do Casseta e Planeta e depois a tréplica do Gentili.
O preconceito, quando explícito, é condenado. Quando é subentendido -no caso do Zina- , as pessoas fazem cara de paisagem…
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