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Imagem ilustrativa.| Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney

São muitas, e muito grandiosas, as aventuras de que temos conta, tanto as verdadeiras, que se deram na história, como as ficcionais, que se deram na imaginação dos homens, isto sem contar aquelas intermediárias, que têm início numa das duas para chegar a bom termo na outra, cujo ponto de virada raramente é bem definido. Sabemos das aventuras de Hércules e de seus trabalhos, e das viagens de Odisseu, a enfrentar o Ciclope, as harpias, Calipso, as sereias e a ira do deus do mar. Ouvimos falar de inúmeros príncipes que se aventuram apesar dos feitiços e encantamentos das bruxas, dos dragões e serpentes gigantes. Ouvimos falar de tesouros guardados, de segredos ocultos, de objetos mágicos, árvores que falam e andam, de goblins e trolls. Conhecemos as campanhas dos cruzados, a busca pelo Graal, Ivanhoé. Lemos a aventura da vingança de Ahab contra a Baleia Branca, e, nas mesmas águas salgadas, há tanto o que contar sobre os valorosos portugueses, Vasco da Gama – o real e o de Camões –, sobre a busca do preste João, sobre os jesuítas e os bandeirantes... Mas nenhuma dessas, podem crer, é a maior aventura de todas. Nenhuma dessas teve tantos inimigos, e tão fortes, unidos contra a empreitada. Ouçam Charles Péguy:

“Os aventureiros mais desesperados não são nada em comparação com eles. Tudo no mundo moderno está organizado contra esses loucos, esses imprudentes, esses visionários ousados [...] que se atrevem, com audácia, a ter filhos. Tudo está contra essas pessoas que se arriscam a fundar uma família. A única aventura que existe é aquela protagonizada pelos pais de família.”

De fato, somos loucos imprudentes, pois nos arriscamos e nos colocamos em campanha e em ordem de batalha contra “tudo no mundo moderno”: contra poderosos ciclopes, harpias e sereias, cujas forças são financeiras, políticas e culturais, e contra deuses que não mostram seu rosto, mas são capazes de movimentar o mar – e são muito mais que doze os nossos trabalhos. O “mundo moderno”, especialmente no Ocidente, se compõe de projetos e de forças de destruição, de desmonte das estruturas e de erosão dos princípios que haviam, até então, erigido a civilização. E a família, como sempre se disse (ao menos desde Aristóteles), é o núcleo da sociedade, portanto a célula da civilização. Não à toa foi dito que “a última batalha será contra o casamento e a família”.

As dificuldades e armadilhas postas contra esse empreendimento se multiplicaram nas últimas décadas, de modo que nós podemos e devemos, sem vexame, admitir que não é fácil fundar e sustentar uma família, e sim, podemos concordar com aqueles que nos venham dizer que “manter um relacionamento amoroso até a morte é difícil”, que “ter um filho é difícil”, que “ter muitos filhos é muito difícil”, et caetera, et caetera... Lutamos contra “tudo no mundo moderno”, e embora o ser humano seja sempre o mesmo, e tenha, já dentro de si, desafios a vencer, problemas a enfrentar e escolhas a fazer, há no contexto atual uma série de complicações que não havia um tempo atrás, ou que havia ao menos mais atenuadas, e que foram construídas e articuladas por grandes forças que nos querem perder, como os ardis de Poseidon. Notem bem.

O mundo invade o nosso lar, as vozes do mundo invadem a nossa família para deseducar, para educar nossos filhos de forma errada, para nos deseducar

A maioria das mulheres, hoje, precisa trabalhar. Gostem ou não, queiram ou não ter uma carreira profissional ou uma ocupação externa, e mesmo que preferissem dedicar todo o seu tempo ao lar e aos filhos, uma enorme parcela das mulheres atualmente precisa ajudar o marido a compor a renda familiar. Sejam poucos ou muitos os filhos, não é mentira que as coisas sejam caras, que haja bastantes gastos, e que a vida contemporânea rodeie as crianças de demandas – desde fraldas, leite, carrinho, até planos de saúde e meios de transporte; de roupas, brinquedos e eletrônicos, a todas as atividades, programações, aulas – que antes não existiam. Foi uma conquista das mulheres a possibilidade de trabalhar fora de casa? Maior conquista seria agora, para muita gente, a possibilidade de não trabalhar, a qual lhe é negada, malgrados os esforços de tantos maridos.

Segundo ponto, hoje o mais comum é que a “grande família” seja uma realidade fragmentada, dispersa, com gente profundamente diferente e, ainda que unida por laços de afeto e de carinho, desunida no que concerne aos valores e aos princípios. Em outros tempos, aquilo que se chama hoje em dia de “rede de apoio” era nada mais do que a presença corriqueira dos familiares – avós, tios, primos, além de outros parentes e agregados –, que circulavam pelo lar e cuja onipresença (pois eram muitos) fazia diluírem-se as tensões e abrandarem-se as tarefas, um sempre ajudando o outro sem muito esforço. Já agora, muitos pais têm receio da influência de seus próprios irmãos sobre os seus filhos, que dirá de tios e parentes com quem se tem pouca intimidade e que se recebe como visita, e mesmo com os avós é comum que não se possa deixar as crianças, pois podem subverter, ainda que inadvertidamente, por falta de clareza, a maneira pela qual os educamos, ensinando tudo de outro modo, à revelia. Não quero com isso afirmar que todos devem ser iguais em tudo e em tudo pensar igual; ao contrário, a presença de uma “grande família” equivale à presença de uma diversidade de seres humanos, de temperamentos, idades, situações e escolhas de vida – mas todas essas pessoas devem ter em comum, no substrato de suas noções básicas, que as crianças devem ter seu caráter formado para o bem e que os pais têm a primazia da autoridade. E isso em boa medida se perdeu.

Estendendo os limites da família, o mesmo podemos dizer da vizinhança ou da comunidade. Ainda em cidades muito pequenas, ou em bairros muito especiais, pode-se contar com o apoio e o auxílio dos vizinhos, ou pelo menos contar com sua presença, com sua ajuda virtual, que não é necessária a toda hora, mas com a qual sabemos que podemos contar. Uma pena que isso tenha se tornado raro. O mais comum é que os vizinhos, as pessoas da rua, do bairro ou do condomínio, sejam estranhos, quando não suspeitos, de influência duvidosa. Que dirá nas grandes cidades, em que se vive num mar de estranhos, do meio do qual pode, a qualquer momento, surgir alguém que nos faça mal.

E isso nos leva a pensar, mais em geral, no problema da segurança, e do quanto é difícil, desse ponto de vista, criar um filho nas circunstâncias atuais. Temos medo de deixar nossos filhos sozinhos em qualquer parte, mesmo nos ambientes pretensamente seguros, e a desconfiança é a regra que é preciso contrariar. Não vemos mais os meninos que brincam na rua, e que transitam pela casa dos amigos, as crianças que iam a pé daqui para lá, e que iam sozinhas à venda, buscar para a mãe aquele item faltante e, com o troco, levar umas bolinhas de gude... Não podemos, por responsabilidade, deixar as crianças viverem assim a fresco: têm de ser transportadas, monitoradas, protegidas o tempo todo.

Podemos parar por aqui a listagem dos monstros da nossa aventura? Ora, se estes são ainda os mais grosseiros, os mais brutos. Faltam ainda os mais perigosos: os invisíveis e que hipnotizam.

Nos tempos que correm, a quase totalidade das pessoas recebe o matrimônio, funda o seu lar, tem os seus filhos, educa-os, e cultiva a sua família sem ter recebido, para tudo isso, uma orientação clara, uma formação, uma educação; sem ter herdado, por assim dizer, uma tradição. E isso pode ser dito, a depender do caso, tanto para os cuidados básicos de higiene e sono com bebês, a educação dos primeiros anos, como para etapas posteriores, a entrada na puberdade, a orientação dos jovens para o amor, para o trabalho, para o futuro! Pode ser que nossos pais não tenham a nos oferecer a não ser a sua pouca experiência própria, que já é, em si mesma, uma tentativa de sorte, um tiro no escuro, mais ou menos ponderado. Os pais sofrem muito hoje em dia para sequer compreender o que deveriam fazer, e são abundantes os casamentos que fracassam e terminam porque nenhum dos membros do casal tinha clareza sobre as expectativas que deveriam ter com relação ao outro e as que este teria com relação a si (aqui se enquadram os esforços do meu trabalho pedagógico, aliás).

Como se não bastasse, o mundo invade o nosso lar, as vozes do mundo invadem a nossa família para deseducar, para educar nossos filhos de forma errada, para nos deseducar. Enquanto formamos nossos filhos, temos de cuidar atentamente de frestas, de buracos por onde venham a entrar influências nocivas, desumanizantes, degradantes. O tempo em que nossos olhos eram acossados por outdoors, pela televisão e pelas capas das revistas já virou passado remoto, pois hoje a pornografia está nas telas dos celulares, que estão nas mãos de todos – das crianças no recreio da escola, ou na própria sala de aula.

Toda a cultura reinante nos deseduca e enfraquece naquilo mesmo em que baseamos a fundação da nossa família, o nosso casamento: se Odisseu ficou preso na ilha de Calipso, e se teve de suportar o canto das sereias, nós somos aprisionados em nosso próprio ego e em nossa própria satisfação física, somos enfeitiçados, hipnotizados, conduzidos ao egoísmo e ao entorpecimento, somos a todo momento convidados a nos engolfarmos em nós próprios e esquecermos do outro, do outro enquanto pessoa, e a só valorizarmos, momentaneamente, o que nos serve, nos agrada e dá prazer. Esta é a doutrina do mundo, que recebemos sem pedir.

Então, bem, se você está enfrentando dificuldades em seu casamento, se está enfrentando dificuldades para educar seus filhos e para viver neste mundo insano, você não é o único, não está exagerando nem imaginando coisas. É verdade que os aventureiros mais desesperados não são nada em comparação conosco, e que esta é, como pretendia mostrar, a maior aventura de todas.

O único direito dos nossos filhos (e, portanto, o nosso único dever), o seu direito absoluto, é o direito que têm à nossa própria pessoa. Em outras palavras, o nosso único dever é amá-los, entendendo amar por entregar-se sem ressalvas

Pois “tudo no mundo moderno está organizado contra esses loucos, esses imprudentes, esses visionários ousados [...] que se atrevem, com audácia, a ter filhos. Tudo está contra essas pessoas que se arriscam a fundar uma família. A única aventura que existe é aquela protagonizada pelos pais de família”. De fato, os inimigos da civilização, os “movimentos e ideias que alimentam uma espécie de anticivilização”, como disse o mesmo poeta, na sequência, não têm outro caminho para atingir seus fins a não ser criar uma fissura na célula-mãe dessa civilização, na sua fonte, a família.

Entretanto, é por isso mesmo, inversamente, que a família, como dizia São Paulo VI, e depois São João Paulo II, é capaz de construir uma “civilização do amor”. É desde essa fonte, desde essa célula-mãe, que deve brotar, paulatinamente, a força da civilização. Mas nós, nesta situação aparentemente tão desfavorável, tão miúdos contra monstros tão enormes e, como hobbits, em meio a uma guerra gigante que nos abarca, que podemos fazer? Como em quase todas as histórias de aventuras, o segredo e a resposta estão numa coisa bem pequena, num gesto tão singelo quanto um beijo, que porém nos cabe realizar com amor e zelo, com uma pura intenção. E, nisso, está em potência o antídoto para todos aqueles males, algo mais forte que todos os problemas que nos acossam. Quem diria que uma civilização seja feita de tão pouco?...

O fundamento da civilização é a família, e o fundamento da família é o casamento, é o amor conjugal. O amor recíproco entre os cônjuges é o que vai ocasionar a geração dos filhos, dessas pessoas novas e irrepetíveis, e mais que isso, esse amor vai transbordar nos filhos, e então, transbordando para eles, vai logo derramar-se para a sociedade e, a depender da sua força de enxurrada, vai alastrar-se em alguma medida para a humanidade. E se o ensinamento das vozes do mundo, e o grande feitiço dos nossos tempos, é o egoísmo, é o fechamento da pessoa em si mesma e na sua própria e ilusória satisfação, a essência e o segredo do amor no matrimônio é o seu oposto, é a entrega. Cada um se oferece a si mesmo total e incondicionalmente ao outro, e assim também o recebe, total e incondicionalmente. A chave do sucesso na convivência matrimonial consiste em nós nos libertarmos das amarras que nos prendem ao nosso eu para conseguirmos a cada vez nos entregarmos mais e melhor, para que vamos nos esvaziando de nós mesmos e abrindo espaço dentro de nós para o ser amado, até que nos identifiquemos com ele.

Aliás, sempre que quisermos melhorar algum aspecto da convivência no nosso lar, devemos começar atacando os nossos desejos incontroláveis de ter razão, de impor o nosso critério para todas as coisas, de fazer a vida da família girar em torno dos nossos desejos e preferências. A nossa insatisfação e nosso desejo de criticar devem ser torcidos até voltarem-se para nós próprios, e há sempre alguma coisa em que podemos melhorar, e muitas vezes basta que melhoremos para que o outro também melhore em algo relacionado. Quem tenta mudar algo em si logo reconhece o tamanho da dificuldade e o trabalho que dá, e assim se capacita mais facilmente para outro ponto fundamental: para a necessidade de pedir perdão e perdoar. Como às vezes de um mal se tira um bem maior, também do perdão pode fortalecer-se o amor mais do que se o erro nunca tivesse sido cometido.

Ademais, o fato da família, tanto entre os cônjuges quanto destes para com seus filhos, está relacionado, desde a sua mais íntima intimidade, com a vocação humana para a liberdade, e é a liberdade, vivida e ensinada na família, o que garante a liberdade da sociedade, que a vacina, desde suas células, contra a tirania. E a liberdade só se ensina e se vive se houver, sustentando-a e promovendo-a, uma irrestrita confiança. É por isso que devemos depositar uma esperança sem limites naquele ou naquela com quem nos unimos, e também naqueles que geramos, na esperança de que corresponderão a ela com a sinceridade, com a palavra, e com a proximidade da intimidade. E essa confiança implica (lembra-nos Tomás Melendo) que nos arrisquemos pessoalmente. Confiar em cada membro da nossa família, apostando sem hesitação na sua boa vontade e na sua capacidade de melhora significa, é claro, que estamos dispostos a nos magoar com sua derrota e com suas falhas, que podemos sofrer.

Ouçamos de novo o poeta que hoje preside, Peguy:

“Os outros estão hermeticamente fechados em seus mundos. Aquele que é pai ou mãe de família está aberto ao mundo de seus filhos. Os outros sofrem por si mesmos. Só os pais de família sofrem pelos filhos e em cada situação por eles vivenciada. Somente os pais de família esgotam o sofrimento temporal. Aqueles que nunca tiveram um filho enfermo não sabem o que é a enfermidade. Aqueles que nunca perderam um filho, que nunca viram seu filho falecido, não sabem o que é a dor. E tampouco sabem o que é a morte.”

E, como arremata Alice von Hildebrand, “quem ama tem o dever estrito de acreditar que, apesar das dificuldades e demoras, a pessoa amada conseguirá vencer. Seja no casamento, na educação ou na hora de aconselhar, no momento que dizemos para alguém: ‘Eu desisto, você nunca vai mudar’, colocamos uma grande pedra, um obstáculo no seu caminho de melhora”. Ou seja, o amor é mesmo a maior aventura de todas...

O único direito dos nossos filhos (e, portanto, o nosso único dever), o seu direito absoluto, é o direito que têm à nossa própria pessoa. Em outras palavras, o nosso único dever é amá-los, entendendo amar por entregar-se sem ressalvas e arriscar-se aventurosamente a confiar. Se Santo Agostinho dizia “ama e faz o que quiseres”, simplificando nesse verbo toda uma vida de entrega, podemos ora interpretar que, amando, venceremos todos os obstáculos que os titãs da anticivilização nos impõem. Assim, como uma milícia de famílias que desafiam os problemas gigantes com seu amor incansável, a cada dia e a cada detalhe, teremos nossa “revolução pacífica”, pois que uma família forte, sadia, ordenada, humanamente aberta, disponível, é algo que fortalece a sociedade, e que se torna, como dizia Monsenhor Escrivá, “uma injeção no sistema circulatório da sociedade”. De novo Péguy:

“Assim, as famílias devem crescer com a consciência de serem protagonistas das chamadas políticas familiares e, em razão disso, assumir a responsabilidade de transformação da sociedade, pois, se prevalecer uma atuação defensiva, as famílias serão as primeiras vítimas justamente dos movimentos e das ideias que alimentam uma espécie de anticivilização, como já podemos observar em muitas tendências intelectuais da atualidade e em muitos fatos sociais e políticos.”

Guardando os seus, pai, você vence e faz o bem vencer

E o que de mais forte e animador eu poderia dizer hoje, especialmente para os pais, neste domingo em que são celebrados, e em que recebem afagos especiais dos seus filhinhos? Não vou elogiá-los nem dizer aquilo que vocês merecem como recompensa por serem pais; vou lembrá-los daquilo que ganham perdendo, e daqueles em que vocês se podem tornar saindo de si, dando-se inteiramente.

O que é mais mágico e mais verdadeiro do que lembrá-los de que, ao fim de cada dia, todo o seu cansaço, todo o seu estresse, todos os sapos gigantes que você engole fora de casa, todo o medo de não dar conta, as noites de insônia e as orações que ninguém a não ser Deus o viu fazer, tudo isso são as pedrinhas com que Davi é capaz de derrotar Golias?

Pais, que assim se sacrificam por seu lar e por sua família, não pensem nunca que esses seus esforços são vãos, e não deixem ninguém fazer suas esposas crerem que o trabalho doméstico é de pouca monta, que é inferior, submisso, humilhante. Façam-nas lembrar, com seu amor, de que é sobretudo a mulher quem vivifica os costumes da casa, quem faz correr a seiva do carinho nas relações da família, e que a norma doméstica e a face mesma do lar são determinadas pela mulher... E que o lar é, na verdade, um trono de onde uma mulher governa o mundo. É nos braços delas, ao som de uma cantiga antiga, meio desafinada, que se embala o futuro da civilização. E vocês, com seus gestos singelos, com seus simples olhares, as palavras afáveis e os silêncios oportunos, são seus protetores, os seus guardiões. Estando ao seu lado, constantes, de algum modo presentes mesmos quando ausentes, é que vocês garantem a sua força, sua continuidade, sua sustentação. Guardando os seus, pai, você vence e faz o bem vencer.

Que grande batalha, esta dos pequenos contra os grandes! É esta a maior aventura de todas.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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