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Todos sofremos o mal em nossas vidas. Com maior ou menor intensidade, em eventos de maior ou menor gravidade, mas todos os seres humanos, sem exceção, padecemos o mal, isto é, a injustiça, o desrespeito, o sofrimento, a dor. Alguns entre nós tiveram ou têm histórias muito marcantes, em que a injustiça e a maldade chocaram-se contra a sua vida com tamanhas força e agressividade a ponto de vergarem a linha de sua biografia de modo irreversível: campos de concentração, tortura, perseguição, abusos, assassinatos, traições. Mas mesmo os que estivermos muito distantes dessas grandes tragédias e maldades temos de nos haver com pequenas dores, pequenas contradições, como quando fracassamos, quando somos esquecidos, quando nos julgam erroneamente, e em todas as contrariedades, friezas, grosserias e desprezos. Tudo isso é o mal que sofremos, todos nós, efetivamente.
E há, para além disso tudo, o mal que achamos que sofremos: aqueles que advêm não de fora, exatamente, mas sim de nossa maneira de sentir e de interpretar os eventos com base em nossas más disposições – nossas disposições egoístas, raivosas, orgulhosas e vaidosas, que nos escravizam e oprimem. Irritação, impaciência e mau humor, ou então tendências ao sentimento de inferioridade, fazem-nos sofrer com coisas que não são concretamente males que nos acossam, mas só um desajuste no nosso sentir, em nossa percepção. Seja como for, a dor que eles acabam causando em nós é em si mesma concreta, e sofremos de verdade.
E aquilo para o que quero chamar a atenção transcende, com efeito, essa diferenciação; está para além da justa ou desajustada proporcionalidade entre o que acontece e o que a pessoa sente. Ora, tanto o mal que nos atinge objetiva e concretamente como aquele mais subjetivo e psicológico pode, ou não, sedimentar em nós uma realidade muito nociva e perigosa: o rancor.
O rancor é um sabor amargo, um forte ressentimento inexpresso, um ódio encruado a maturar num recôndito do coração. É como uma úlcera no interior da alma, que advém da indigestão de uma ofensa, e que não se manifesta, em geral, com desmandos e estrépitos, mas na dureza do silêncio, num encasulamento do humor, na secura, num árido desamor. Manifesta-se em maldisfarçadas invejas, em murmurações e difamações, na queixa constante, na inconformidade geral com a vida; na rapidez para julgar e castigar os outros nas menores coisas, na desproporção das repreensões. É um desejo abafado de vingança, que não nos deixa descansar e ter paz completamente.
Não adianta esconder e escamotear os nossos rancores ainda mais, com a esperança de que, se os enterrarmos bem fundo, a tal ponto que ninguém os veja e inclusive nós mesmos esqueçamos deles, eles desapareçam e nos livremos deles
Quem guarda um rancor geralmente não o admite, porque não é fácil reconhecer esse aspecto humilhante da nossa personalidade: ser ressentido ou rancoroso não é bonito, não é nobre. Ademais, quando alguém reconhece que aquilo que sente e que o domina é rancor, é porque já não está assim tão dominado, e está em vias de se desidentificar daquilo. O expediente normal dos rancores é escorregarem furtivamente para dentro de nós, como serpentes, para se esconder de nossa própria consciência, e se ocultar sob desculpas, falseamentos, escamoteações das quais nem nós nos lembremos mais. Mas o rancor, ali guardado, operando secretamente em nós como um câncer, traz consequências malignas em todos os âmbitos, como tantos estudos já documentaram.
As consequências psicológicas são as mais patentes, e podem radicalizar-se até níveis patológicos. Podem radicalizar-se, por exemplo, a obsessão com o dano sofrido ou com a pessoa do ofensor, o sentimento de vergonha, ou o sentimento de culpa, que advém justamente por sentirmos coisas negativas que não gostaríamos de sentir. Isso logo rebate em consequências cognitivas, pois perturba a ideia que a pessoa tem do mundo, da vida, de si mesma, e de todos os eventos. Torna-a menos capaz de apreender e compreender o que quer que seja. Também as consequências sociais são marcantes: o rancoroso pode tornar-se solitário, retraído, isolado, alguém de trato difícil, o que pode levá-lo a afastar-se dos familiares, a ter seus relacionamentos crivados por esses amargores, pode levar a pessoa a perder amigos, a prejudicar-se no trabalho, pode minar seu casamento.
E, enfim, já se sabe como um ressentimento muito bem guardado pode extravasar para efeitos físicos, para “somatizações”, como se costuma dizer. Há estudos que mostram a relação entre os rancores e adicções, condutas autoagressivas, até problemas motrizes, diabetes e distúrbios hepáticos, hipertensão, disfunções sexuais etc. Isso ainda sem falar nas profundas consequências espirituais que podem nos advir desse ódio congelado: sendo um veneno ingerido, um mal até pior do que aquele que nos foi infligido, o rancor pode travar ou se mesclar aos nossos progressos na bondade e no amor, comprometendo-os de forma muito radical. O ressentimento é o sentimento próprio dos que não amam, dos que se negam a amar – dos desgraçados, dos condenados, dos demônios caídos. Conta o padre Stephen J. Rossetti, inclusive, que muitos casos de possessão demoníaca se dão porque os demônios se agarram, dentro da alma da pessoa, a esse desejo velado de que o agressor sofra, que é semelhante ao que eles sentem por Deus. E a pessoa só é libertada quando identifica e dissolve essa mágoa.
Para livrar-se de todas essas nocivas consequências é preciso, por óbvio, livrar-se de sua causa. Não adianta esconder e escamotear os nossos rancores ainda mais, com a esperança de que, se os enterrarmos bem fundo, a tal ponto que ninguém os veja e inclusive nós mesmos esqueçamos deles, eles desapareçam e nos livremos deles. O único caminho efetivo para a paz é o seu preciso diagnóstico é trazê-lo à luz com coragem e boa vontade, para que possamos olhá-lo de frente, pegá-lo com as mãos, por assim dizer, e então... perdoar. Ora, mas é realmente possível perdoar alguém que nos tenha roubado a vida, que tenha esmigalhado a nossa autoestima, derretido a nossa dignidade? Alguém que tenha tirado de nós quem amamos? Ou alguém que nos tenha deixado numa situação completamente ridícula diante dos outros, que tenha tirado a nossa liberdade, ou nos enganado, difamado, roubado, perdoar alguém que destruiu algo que era extremamente importante para nós? Uma mãe pode perdoar o assassino do seu filho? Diz um provérbio árabe que “a única dor que destrói mais que o ferro é a da injustiça advinda de nossos familiares”. E de fato, ninguém pode nos fazer tanto mal como quem deveria nos amar. É possível, então, perdoar a mãe que nos abandonou, o pai abusador, o irmão que nos traiu?
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Dois exemplos heroicos, que iluminam para nós a questão. O primeiro: aos 5 de julho de 1902, numa pequena cidade italiana chamada Nettuno, um sacerdote católico amparava os últimos momentos de vida de uma jovem. Horas antes, ela se negara a entregar-se aos desejos luxuriosos de um rapaz, Alexandre, que então deu-lhe 14 punhaladas, no ventre e no peito. O nome da virgem era Maria. O padre pergunta: “Estás disposta a perdoar teu assassino?” Ao que ela responde: “Sim, não só o perdoo, como quero tê-lo comigo no céu”. Quase 40 anos depois, na véspera de Natal de 1938, alguém bate à porta de Assunta, mãe de Maria. “A senhora me reconhece?” “Sim, Alexandre, eu me lembro de ti.” “Perdoa-me?”, suplicou o homem, cujo rosto era marcado pelos longos anos na prisão. “Se Deus te perdoou, Alexandre, como não vou te perdoar?” Passaram aquela noite de Natal juntos, e mais tarde, na Missa do Galo, o povo da cidade viu o assassino e a mãe da vítima aproximarem-se juntos da sagrada comunhão. Ambos foram testemunhas da canonização da menina Maria Goretti.
O segundo exemplo se dá na China, num pequeno povoado, palco de um massacre de perseguição aos cristãos. No dia do horror, uma família inteira foi dizimada, com exceção do avô, Wang, que não estava em casa. Quando voltou e viu a chacina, feria o ancião, além da dor e do sentimento de absurdo por ter perdido toda a sua família, o fato de o assassino ser um de seus antigos alunos, a quem fizera tanto bem. Cinco meses depois, chega a notícia de que o matador quer regressar à cidade, e não há nada que os moradores possam fazer legalmente para impedi-lo. O padre faz uma visita a Wang, que num primeiro momento diz pretender lançar-se ao pescoço do desgraçado; depois, porém, se dispõe a perdoá-lo, dizendo: “Sim, padre, diga-lhe que volte: assim verá se sou cristão”. Estavam os homens reunidos quando apareceu, no pátio, com passo lento e a cabeça baixa, o assassino, e caiu de joelhos diante do padre, arrependido. O velho Wang pôs-se de pé, inclinou-se tremendo, ergueu-o, e o abraçou. Dois meses mais tarde, o assassino quis fazer-se cristão, e Wang foi seu padrinho de batismo.
Bem se vê, por esses exemplos, que o ser humano é, sim, capaz de perdoar as piores atrocidades. E se é possível perdoar tamanhas crueldades, é certamente possível perdoar injúrias, e outras ofensas menos graves. Mas, num e noutro caso, isso só pode acontecer quando se tem uma compreensão correta do que é o perdão.
Antes de mais nada, é preciso ter claro que perdoar não é o mesmo que desculpar. Desculpamos alguém, isto é, retiramos de sobre a pessoa a culpa, quando somos capazes de enxergar que, de algum modo, a culpa não foi dela, ou que ela não teve a intenção. Quando alguém pisa em nosso pé e diz “desculpa!”, mesmo que tenha machucado de verdade, podemos desculpá-la – foi um acidente, ela não teve intenção de nos ferir. Se ficamos bravos com essa pessoa, isso diz mais sobre nós, e sobre nossa tendência à cólera, que sobre o que de fato aconteceu naqueles poucos segundos. Ou quando percebemos que a pessoa não tinha todos os dados do problema, que acreditou estar fazendo algo bom, ou que foi movida por paixões ou tendências que não consegue ainda controlar, enfim, são muitas as situações em que uma dose de compreensão, empatia e boa vontade nos permite desculpar. O perdão é, sem dúvida, mais do que isso, e vem para fazer misericórdia quando a coisa é indesculpável.
Para poder perdoar alguém é preciso enxergar aquele que nos ofende como uma pessoa de verdade, talvez até mais do que a própria pessoa se enxerga; é preciso odiar e repugnar o mal e a injustiça em si mesma também mais do que o seu próprio praticante
Perdoar também não significa esquecer a injustiça. Não consiste de modo algum em suavizar, atenuar ou colorir aquele dano que tenhamos sofrido. Há alguns que pregam e vivem uma espécie de pacifismo, mas pacifismo de uma falsa paz, uma fleumática indiferença ao mal. Assim passam a vida ignorando as injúrias que recebem dos colegas ou mesmo dos cônjuges, para escapar de todo e qualquer conflito, a qualquer custo, em prol de viverem num ambiente sempre harmonioso. Logo não dão importância se os outros mentem para eles, ou se usam-nos como objeto, fazem vista grossa à fraude, ao adultério, e se anulam – pelo “bem comum”, ou pelos filhos. Isso não é perdoar tudo; é, na verdade, uma atitude perigosíssima de condescendência com o mal, que pode levar a uma cegueira de valores. A indignação contra a injustiça e a ira contra o mal são reações normais, e até necessárias em algumas ocasiões. Mesmo perdoando, é preciso que haja um justo ódio ao mal, e não ao seu autor. A pessoa pode ser perdoada, mas não se pode negar a existência objetiva da injustiça, inclusive pelo bem dela própria.
De modo semelhante, perdoar também não é ser indiferente, como um estoico ou como ensinam alguns gurus orientais, que vivem alheios a qualquer coisa que lhes aconteça, e nem sequer percebem a existência do agressor, como se ele fosse uma coisa, um acimento inevitável, uma força da natureza. Neste caso, não existe nenhuma relação interpessoal, não se enxerga o ofensor como uma pessoa, e assim, tanto quanto não há como odiá-lo, não há como ter misericórdia dele, como perdoá-lo: há apenas um frio isolamento, uma atitude gélida e distante.
Perdoar, o verdadeiro perdão, não pode ser nenhuma dessas duas coisas. Ao contrário, para poder perdoar alguém é preciso enxergar aquele que nos ofende como uma pessoa de verdade, talvez até mais do que a própria pessoa se enxerga; é preciso odiar e repugnar o mal e a injustiça em si mesma também mais do que o seu próprio praticante. E, exatamente nesse contraste, exatamente diferenciando e distinguindo a pessoa do mal é que podemos condenar o mal, e salvar a pessoa. É desidentificando-os que podemos perdoar, dar o perdão que restitui e revivifica.
A palavra “perdoar” vem do latim perdonare: donare é dar, doar; e o prefixo per, por sua vez, pode ter duas acepções: o de transpasse, de “através”, como em perfurar, ou o de completude, inteireza, como em perfeito. Podemos nos arriscar a ler a palavra levando em conta os dois sentidos, e dizer que perdoar é dar algo a alguém através do que nos impede, apesar do que nos separa, perfurando a dor, a culpa, o mal, e também que é doar completamente: é nós nos doarmos completamente nesse gesto, sem nada guardarmos conosco, sem manter nenhum traço de rancor, ou no sentido também de completar o dom, de restituir aquilo que a pessoa perdeu com sua maldade – a sua dignidade, a nossa confiança. De qualquer modo, fica patente que perdoar é um ato positivo, intencional, e não uma indiferença; é um gesto gratuito, amoroso, é uma dádiva livre que optamos por fazer, e assim como a vingança é um mal tanto para aquele que se vinga como para aquele de quem ele se vinga, também o perdão é um benefício para o perdoador e para o perdoado. Perdoar é rejeitar a vingança e os rancores, é dispor-se a dissolvê-los dentro de si, e dispor-se a ver o agressor como uma pessoa digna de compaixão.
O gesto de perdoar quase se identifica com o ato de amar, e nele se revela a dor e a dificuldade de amar de verdade, que exige transcender a miséria, mas também todo o esplendor de sua riqueza
O ódio provoca violência, e a violência justifica o ódio. Quando se perdoa, põe-se um ponto final nesse círculo vicioso, encerra-se uma cadeia que, no nível da pura “justiça”, seria interminável (dizia Tomás de Aquino que “a justiça sem misericórdia é crueldade”). Ambos, perdoador e perdoado, são libertados dos laços e compromissos a serem pagos e cobrados pelo mal. Por isso perdoar não é simplesmente reagir, ainda que se reagisse com justiça – o que nos restringe e aprisiona aos dados da situação vivida; perdoar é agir, no sentido mais pleno e livre da palavra, perdoar é perpetrar um genuíno ato de liberdade, e de amor, portanto.
Podemos dizer que o gesto de perdoar quase se identifica com o ato de amar, e que nele se revela a dor e a dificuldade de amar de verdade, que exige transcender a miséria, mas também todo o esplendor de sua riqueza. O exemplo máximo disso não é outro a não ser o próprio Cristo, que perdoa seus algozes durante o suplício, dizendo “eles não sabem o que fazem” (Lc 23, 34), e que já nos havia ensinado, até mesmo no Pai Nosso, a perdoar para ser perdoado, e a orar pelos inimigos (cf. Lc 6, 37-45; Mt 6, 9-13 e Mt 5, 44). Isto porque, em última instância, nós “não sabemos o que fazemos”, mesmo quando temos plena certeza de que o sabemos, e mesmo quem pratica atos maus sabendo que são maus, querendo ser mau, pois mesmo esse pobre diabo é, como de fato o são todos os demônios, cego para o amor, incapaz de compreender a graça e a verdade. Todos que o queiram são, ao menos segundo o exemplo e o ensinamento de Cristo, dignos da misericórdia de Deus, e, como disse a mãe de Santa Maria Goretti, se Deus o perdoa, como não haveríamos de perdoar? O perdão é uma renovação de nossa grande aposta na vida, na salvação, na ressurreição. É o gesto cristão por excelência.
Perdoar é desejar, se dispor, se empenhar e pedir a graça de olhar para o agressor tal como Deus olha para ele, em sua dignidade pessoal, em sua natureza humana, que é maior e vale mais do que a sua culpa. Por pior que tenha feito, aquele que nos machucou é ainda uma pessoa. Albert Camus, após a Segunda Guerra Mundial, escrevendo uma carta pública aos nazistas, disse: “Apesar de vocês, eu continuarei chamando-os de homens (...), esforçando-me por respeitar em vocês o que não souberam respeitar nos outros”. Portanto, perdoar é ter a firme convicção de que, em cada pessoa, por trás de todo mal, existe ainda, e não deixará de existir até o último suspiro, um ser humano frágil e capaz de mudar. Perdoar significa acreditar na possibilidade de transformação e de evolução dos outros.
O perdão é uma renovação de nossa grande aposta na vida, na salvação, na ressurreição. É o gesto cristão por excelência
Ora, quando perdoamos fazemos pois com que vença, primeiro em nós mesmos, dentro de nós, o próprio gênero humano. Dentro do nosso coração, e colhendo um dom de Deus, necessariamente, fazemos o ser humano triunfar sobre a sua miséria. Com esse gesto de nossa liberdade, cooperamos na devolução ao ofensor da sua própria dignidade. E, nesse gesto, também nós lucramos o valor que foi, por assim dizer, devolvido à nossa raça, com o perdão de Deus por nossas próprias faltas, segundo a fórmula da oração. Embora nossos olhos humanos tenham tanta dificuldade em ver, esse lucro é infinitamente maior do que qualquer bem que tenhamos perdido ou qualquer mal que tenhamos sofrido da parte dos homens. Perdoando, nós agarramos a mão de Deus para que nos coloque acima de qualquer dor e de qualquer ofensa, e oferecemos nossa mão ao nosso próprio ofensor, para que se junte a nós.
Perdoar é dizer: “Você é mais do que aquilo que fez”. Resta à pessoa, evidentemente, a liberdade de atualizar em si essa potência, de querer, de aceitar o perdão e colher o fruto desse gesto, essa força, essa grande medida de amor que lhe é oferecida para que cure do mal que fez, não a nós, mas a sua própria dignidade. Pode ser que a pessoa não queira se arrepender, e não venha colher o nosso perdão. Mas o fato de ele estar guardado em nós, de estar presente em nós a disposição de oferecê-lo, é já um bem. Um grande bem, em primeiro lugar, para nós mesmos, e é a cura para o nosso rancor, e o remédio e a saúde para a nossa alma. Ou seja, somos livres para nos curar de qualquer rancor, independente do outro, e amá-lo, mesmo que não queira ser amado. A senhora Assunta Goretti e o ancião Wang, se nunca tivessem recebido a visita dos agressores arrependidos, deveriam guardar o que em seu coração? Um cancro amargo de ódio, ou um ansioso e cálido amor?
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos