Lula se encaminha para terminar a primeira metade de seu terceiro mandato sem entregar nada de substancial.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Lula se aproxima da metade do seu terceiro mandato presidencial. É muito difícil vislumbrar com facilidade algum projeto ou legado concluído até o momento. A bem da verdade, também não se vê com facilidade algum legado ou conquista dos dois primeiros mandatos.

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Até mesmo antigos aliados, como Mangabeira Unger, reconhecem que Lula não deixa legados (“o legado institucional de Lula é zero”, disse ele). Serão, ao todo, 12 anos na presidência, dos quais transcorreram 10 até o momento, e nada.

O Brasil melhorou desde o primeiro mandato de Lula, iniciado em 2003? Avançamos institucionalmente? Os costumes políticos melhoraram? O país deu um salto no desenvolvimento econômico? O país avançou? Receio que todos responderiam essas questões ou negativamente; mesmo os apoiadores dariam respostas dúbias.

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Entre acertos e erros, os governos Temer e Bolsonaro parecem ter sido bem melhores.

Até mesmo antigos aliados, como Mangabeira Unger, reconhecem que Lula não deixa legados

De todo modo, o atual governo Lula ainda não disse a que veio. A economia está crescendo, mas por causa de gastos públicos exagerados e do crescimento da dívida pública. Esse tipo de crescimento anabolizado já conhecemos; ele não é sustentável e acaba em uma recessão. Os juros estão elevados por causa do descontrole fiscal, o que inibe o investimento privado. A inflação deste ano já está acima da meta, gerando incertezas para o futuro.

Para educação, saúde e segurança pública, não se vislumbram avanços com facilidade. Na educação, o governo Lula se destacou por tentar revogar a reforma do ensino médio do governo Temer. Já o Ministério da Saúde é mais conhecido pelo apagão, com cerca de 58 milhões de vacinas para diversas doenças sendo descartadas porque o governo deixou passar o prazo de validade sem aplicá-las. Na segurança pública, o feito do governo do PT foi deixar o crime organizado crescer sem oposição, pois não se conhece uma iniciativa concreta na área, salvo a cortina de fumaça representada pela PEC da Segurança.

Na área institucional, o governo do PT destacou-se pela retomada desenfreada do loteamento político da administração pública, com 39 ministérios e as estatais, e a tentativa de invalidar a Lei das Estatais aprovada durante o governo Temer. A corrupção recebeu sinal verde com as anulações injustificadas – com a bênção do governo Lula – de condenações da Lava Jato.

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O governo Lula focou desde o início na investigação e perseguição dos vândalos do 8 de janeiro e em medidas visando regular as redes sociais e implementar a censura. O exagero dessas ações tem impedido a pacificação do país.

Na área internacional, a agenda de Lula fracassou. A Venezuela está pior do que nunca, mesmo tendo Lula inicialmente adulado o ditador Maduro. Lula antagonizou as democracias ocidentais com suas posições injustas contra a Ucrânia e Israel. O Brasil, sob Lula, não conseguiu se tornar uma liderança na transição energética e o encontro do G20 no Rio de Janeiro ficará mais conhecido pelo descontrole verbal da primeira-dama do que pelas declarações finais.

Na América Latina, Javier Milei atraiu as atenções internacionais, abalando as pretensões de Lula de mostrar-se como a maior liderança regional. Para finalizar, a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas fragilizou a posição internacional de Lula. Não ajudarão nas relações bilaterais as ofensas infantis proferidas por Lula contra Trump na véspera da eleição.

Devido a um governo fracassado e sem projeto, serão dois longos anos para o país até as próximas eleições. O papel da oposição, mesmo em minoria no Congresso, será o de apontar o fracasso e as contradições do governo e de tentar reduzir os danos até que ele seja substituído.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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