O ano começou com uma sensação de mal-estar para o Brasil. Cresce a desconfiança no futuro do país e na capacidade do governo Lula de resolver os problemas do presente. A aposta na irresponsabilidade fiscal, que caracterizou o governo desde o seu início – vide a PEC da Transição –, está cobrando o seu preço. Os agentes econômicos que deram ao governo algum crédito inicial, mais por desejo que por confiança, já perceberam que o futuro está comprometido com um déficit nominal de 8% do PIB e dívida pública crescente. O pior é que os maus resultados da economia, com dólar elevado, inflação e juros crescentes, não levam à alteração da política econômica. Lula e o PT estão acorrentados à crença de que “gasto é vida” e não dão sinais que irão mudar uma vírgula de seus projetos econômicos já testados e fracassados.
O mesmo cenário desolador pode ser visto em outras áreas. Destaco em especial a segurança pública. Passados dois anos do mandato, não se conhece qualquer política ou projeto de segurança do governo contra a criminalidade violenta ou o crime organizado. As únicas propostas na segurança dizem respeito à insistência em colocar câmeras corporais nos policiais estaduais. Ainda que a medida possa reduzir casos de violência policial, é evidente que ela tem zero efeito contra os crimes que infestam o país ou nas áreas nas grandes metrópoles dominadas pelo crime organizado. Para essas questões principais, a política do governo é um grande vazio.
É incrível o autoengano do governo Lula. Na sua avaliação, o governo e o país vão muito bem, e a impopularidade crescente seria apenas um problema de comunicação
Em vez de lidar com os problemas da vida real, o governo Lula elegeu como prioridade o mundo virtual. Para ele, as redes sociais constituem o grande problema atual da humanidade e, se não forem controladas, a civilização estará ameaçada. Daí a insistência em, pelo Congresso ou pelo STF, impor alguma espécie de censura às críticas políticas nas redes sociais, a pretexto de combater a desinformação. É incrível o autoengano do governo Lula. Na sua avaliação, o governo e o país vão muito bem, e a impopularidade crescente seria apenas um problema de comunicação. Ilustrativa foi a reforma ministerial até agora realizada, com a colocação de um marqueteiro profissional à frente da Secretaria de Comunicação, já que o anterior era somente um amador incompetente.
Diante deste estado de coisas, não há mesmo esperança para o Brasil dar certo durante o restante do governo Lula. Nada se espera de bom dele, daí o mal-estar dominante neste início de 2025. Congresso, estados e municípios podem apenas conter os danos decorrentes das políticas do governo Lula. Não à toa a sucessão em 2026 tornou-se o assunto dominante na mídia e nas rodas de conversa. O grande desafio será unir a oposição contra a continuidade deste governo, já que um novo mandato presidencial do PT seria ainda mais desastroso. A melhora das expectativas no decorrer de 2025 dependerá, assim, mais da organização da oposição e da construção de candidaturas competitivas para 2026 que das ações do governo atual.
Caiado e Marçal cobiçam apoio de Gusttavo Lima para eleições em 2026
Israel e Hamas chegam a acordo de cessar-fogo que envolve libertação de reféns
Moraes pede manifestação da PGR sobre passaporte de Bolsonaro; assista ao Sem Rodeios
Governo do Tocantins vive crise política deflagrada após investigações da Polícia Civil
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS