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BETH CARVALHO e a Bahia de todos os cantos


Gravado em Salvador, DVD de Beth Carvalho traz ilustres convidados

Samba, sim! Da Bahia. Caymmi escreveu, Velô parafraseou: “A Bahia tem um jeito.” Beth Carvalho, ao seu jeito, pôs-se à cadência que Ciata, reza a lenda, enviou para o Rio de Janeiro. CD/DVD ,“Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia” (selo Andança, distribuição da Emi).

A sambista convocou artistas de orientações musicais diversas para registrar o projeto nos dias 22 e 23 de agosto do ano passado, no Teatro Castro Alves, Salvador. Até Dona Canô, centenária matriarca, se deslocou de Santo Amaro da Purificação para aplaudir Beth Carvalho.

Não sem motivos: Caetano Veloso e Maria Bethânia dividem microfones com a dona da festa. No CD, “É de Manhã”. Os três Juntos. “Em 1965, nascia uma estrela no palco brasileiro. Ela brilhou no Rio com esse samba”, recorda-se Beth referindo à Bethânia. No DVD, “Suíte dos Pescadores” (Caymmi-Buda-Nagô, a quem é dedicada a empreitada), só Bethânia. Mais elogios à interprete baiana. A mais cintilante estrela…

Gilberto Gil, até agora ministro (já fez o que lhe era pertinente, falta deixar a pasta da Cultura e voltar ao habitat natural), está em muitas faixas. Pot-pourri. Ministro, Gil, volte à música. Esse governo deixou a desejar em tudo… Faça cultura, não mais administre cultura enviesada.


CD contém 18 faixas, 12 a menos que o registro audiovisual

Tá! Vou deixar de elucubrações. “Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia”. Trigésimo primeiro título, terceiro DVD, 40 anos de carreira. Baita produção. Ilustres e emergentes. Vedetes e veteranos. Riachão: “Cada Macaco no seu Galho”. Mariene de Castro: essa moça precisa de um disco-solo e bem divulgado urgentemente. Daniela(até que sai muito bem) e Ivete: chamarizes. Olodum: cartão musical. Danilo Caymmi: ainda insiste em cantar. Carlinhos Brown: como cantor, bom compositor e ótimo percussionista.

Compensações.Um segura a barra do outro. Beth Carvalho alinhava com a voz curta e bem colocada. Na terra dos orixás e nas mesas de edição, tudo funciona bem. O samba da Bahia tem mais cadência, espontaneidade. Sotaque próprio. Rítmica ancestral, quadris, jeito de mexer, fazer festa, toque de candomblé.

No Rio, compassos binários quase. O samba de São Paulo, que Beth registrou em disco, tudo quase se resolve no cavaquinho e percussão…amarrada. Beth canta samba. Pronto.

Os trajes de “baiana estilizada” e conta de búzios e guias no pescoço são meros adornos de iaiá da gema carioca. Beth não brinca em serviço, no entanto o disco vale pelas participações. Cada um que tire proveito da maneira que melhor convier.

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