Assim, uma sugestão. Menu principal, clique primeiramente em “Entrevista”. A explicação de Caetano Veloso para alguns detalhes do DVD “Cê”(Universal Music/Multishow)chega a ser… sei lá, entende?
O porquê do nome. Contração da palavra “você”, a qual coloquialmente usamos apenas a segunda sílaba. “Cê vai ao cinema?”. Muito bem, matada a charada. Fácil,né?
Que nada!!!! “Cê” também pode ser a letra inicial do nome do cantor, compositor, cineasta (é… “Cinema Falado”, de 86, foi ele quem cometeu), frasista e polemista de quilate raro.
Agora a melhor das possíveis explicações. “Quando Einstein fez aquela famosa fórmula E=mc2, ele usou pra velocidade da luz a letra C”, diz ele referindo-se ao termo Celeritas.. Nossa!!!!
Só mais uminha. Sobre a inédita e bela canção “Amor mais que discreto”, que não entrou em tempo no disco de estúdio e agora incluída no CD e DVD ao vivo. “Uma canção gay pioneira no Brasil. É claro que há outras, até melhores, mas ela (a canção) é mais explícita e com um tom mais assim…explícita e consciente daquilo, entendeu?” Tudo! Então, tá!
Bárbaro roqueiro – Menu principal, clique em show. Gravado na Fundição Progresso, Rio de Janeiro, no dia 12 de junho deste ano. Platéia animadinha, precisa ver…
Show de rock, mas não necessariamente só rock. Tem lá, no repertório, o resgate de “A Voz do Violão”, perpetuada por Francisco Alves. No mais, rock. Dizem, pregam por aí que com “Cê” Caetano reinventou-se.
Nada disso. Apenas embrenhou-se habilmente em território familiar depois de deixar levar-se por discos,digamos, burocráticos …”A foreign Sound” é apenas agradável! E seria mais um disco de canções norte-americanas não fosse por ele gravado…Combinado?
“Cê”, o DVD, é bem resolvido. Basta-se com Caetano a disparar seu frescor cênico-musical amparado por um trio competente formado por Pedro Sá (guitarra, baixo e coro), Ricardo Dias Gomes (baixo, piano rhodes, voz e coro) e Marcelo Callado (bateria e coro). “Cê” é ,sobretudo, um disco de banda. Ou seja, concebido para ser tocado por uma banda com incisivos préstimos sonoros sem maneirismos ou atitude roqueiras.
A “economia” de valores e sinuosa estética causam boníssima impressão e geram comentários ingênuos. Como esse de Caetano reinventar-se. Grande o bastante, complexo o bastante, Velô-tchu-tchu sabe o quando das coisas. O porquê das coisas. Quando resolve desaquietar-se, leão voraz. E mesmo com poesia evocativa aqui ou ali, ainda provoca reflexões literárias seja em “Odeio” ou mesmo em “Minhas lágrimas”. Letras concisas.
Interessante…Caetano funciona melhor ao vivo. O disco de estúdio, hermético. O CD ao vivo, com releituras bacanas de “Sampa” e “O Homem Velho”, soa para fora. O DVD, com faixas a mais, como de praxe, funde a intenção e o saber fazer.
Sem se atrelar a um conceito, o projeto é um bom disco de rock. Como o próprio Caetano diz, algo concebido para “fazer alguma diferença no campo do rock do Brasil”. Isso não é presunção. É Caetano Veloso! Em tempo de rock, mesmo que Baby agora tenha sido “mor rata” com ele. Hum!
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