Para Riachão, Roberto Mendes e DONA EDITH DO PRATO
De volta com as bênçãos da terra sagrada, Bahia de todos os cantos e santos. Minha história escorre por lá também; vô Tatá que desaguou em Antônio, meu pai!
Baiano alguns dias. Não um turista deslumbrado, afoito às imagens e cartões postais e pulsos envoltos pelas tais fitinhas que não se desfazem tão cedo, nem lavando com caco de telha. Desejos mínimos demoram também.
Fui para descansar,ver, ouvir saudar o mar, subir ao alto, Federação, Gantois, os pêlos eriçados. De branco, a confirmação da minha negritude. Fui à Bahia sagrada, não a idílica que não mais existe. Mas a Bahia tá viva ainda lá! Adalgisa manda dizer ainda, com a graça de Deus inda lá!
A Barra. O porto. O farol. A barra de viver cada vão momento e ver o sorriso e acolhimento de Jesus, barraqueiro, homem praieiro e evangélico e negro e pai da Julinha que resolveu brincar com meus cabelos. Ele, soteropolitano, me chamou de baiano tão logo me viu. Ele marca as cadeiras e os guardas- sol ao contrário: suseJ, assim mesmo!
Caçoou de mim quando abri minha boca e pronunciei o erre acentuado. “Baiano o quê! Só a cara”. Tá certo, Jesus! De longe acompanhou os passos juntos à morena alagoana e bonita. Água! Mais adiante, o sotaque ítalo-baiano do companheiro conhecido nas areias, que há 20 anos lê a Bahia, vê a Bahia, prova todos os gostos. Cheiro e águas trocadas!!
Pergunto as horas a um pescador.Todo polido, amiudou os olhos e mirou o punho direito:
-Deixe eu me conscientizar…
Só porque leu o dourado em meu pescoço, a baiana toda enfeitada para fotos com turistas me cobrou “apenas” cinco reais por uma imagem ao lado dela. “Você é D´Oxum, venha cá”. Atendi! Danada… Na fotografia estamos felizes. E porque fui à Bahia para conhecer de perto alguns ícones. Riachão, maravilhoso! Contador de histórias, irreverente, genial. Ele me ofereceu suco de umbu e disse: “Olha o que eu tomo agora”.
Porque o motorista de táxi não sabia muito bem como chegar à rua tal, no bairro tal, na casa de portão azul em frente ao colégio tal, onde mora Riachão. Parou o carro em frente a um ponto de ônibus onde uma senhora aguardava o transporte. Gritou:
– Ô, onde fica a rua tal?
A “Ô” vagarosamente levantou-se, veio até o carro e disse: “como?”. Cruzei os braços, contive o riso e a “Ô” pôs-se a pensar qual o melhor caminho para chegar à rua tal. Pensou bem e respondeu.
– Vá reto!
Então… Porque também quis conhecer pessoalmente Roberto Mendes, cantor, compositor, pesquisador, homem de idéias brilhantes, pensador sem amarras, bem-humorado. Rumo a Santo Amaro da Purificação. Uma hora quase de ônibus de Salvador. Todo o sol do mundo lá se instala.
Toda a riqueza rítmica do recôncavo preserva-se nas mãos desse homem imenso. Que me acolheu em sua casa, me deu o de comer, apresentou-me à sua Lícia, ao filho Bebeto e à sua cidade. O Subaé, que horror fizeram com esse rio, meu Deus! Roberto tocou violão e cantou e eu comovido. Oxalá pra o mundo inteiro, a garantia!
Foi ele, o guardião de Santo Amaro, quem me levou à casa de quem tem graça nas mãos. Dona Edith do Prato, toda de branco, sentadinha e um sorriso tão lindo. Que honra poder beijar as mãos dessa senhora que tocou prato para mim, mostrou o presépio com anjo batendo asas, pilha. Candura, doçura, a senhora do canto que tem gosto de araçá azul. Tem Flama. Em breve, os registros serão colocados no blog.
Meus bons pensamentos vão para Dona Edith. Vibro positivamente por sua recuperação. Para que tudo não passe de um susto e a Bahia toda volte a respire tranquilamente!
Dona Edith, minha senhora, melhore logo, retome a saúde e amarre o samba novamente. Tem muito prato para raspar a borda com a faca. São só 94 anos de samba e chulas. É muito pouco!
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