A Globo não vai mais exibir Sagrada Família (título provisório), novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, como era o inicialmente previsto a partir de março no horário das 21h. Em comunicado divulgado hoje, Silvio de Abreu, diretor de dramaturgia diária da emissora, justificou o adiamento da novela por conta da rígida legislação eleitoral que estará em vigor quando a nova novela das 21h entrar no ar, a partir de março.
“A novela da Maria Adelaide é muito boa e traz uma trama política que poderia ficar prejudicada por causa das eleições do ano que vem. Como o Brasil tem uma legislação eleitoral muito rígida, a partir do início de junho teríamos que eliminar essa trama da novela, porque entraríamos no período em que não se pode falar de política. Achei que seria um desperdício fazermos isso. Como temos tantas alternativas em pré-produção, decidi adiar a estreia da Adelaide para depois do período eleitoral e colocar outra novela em março. Estou estudando algumas possibilidades e devo decidir a substituição na semana que vem”, conta o executivo.
Ainda no comunicado, Abreu contou que há cerca de 15 novelas sendo escritas, o que facilita o remanejamento e e o planejamento das produções. A Globo garante ainda que todas as novelas em pré-produção continuam em desenvolvimento e que as escalações estão mantidas.
Segundo o colunista Flávio Ricco, do UOL, o autor Benedito Ruy Barbosa, que não assina uma novela no horário nobre desde “Esperança” (2002) e autor de clássicos como “Pantanal” (1990), “Renascer” (1993) e “O Rei do Gado” (1996) é o mais cotado para assumir a faixa com a história de “Velho Chico”, inicialmente prevista para o horário das 18h. E pode ser exatamente o que a Globo precisa: tramas, locações e elementos diferentes para oxigenar o horário que anda com tramas e elementos bem parecidos. “O Rei do Gado”, do Benedito, reexibida no começo deste ano, no “Vale a Pena Ver de Novo”, foi um grande sucesso.
Vale lembrar que, em 2001, Maria Adelaide passou por um problema parecido com “A Dança da Vida”, que ela preparava para às 18h. Como a novela seria exibida em ano eleitoral (2002), a Globo optou por não exibir a novela, que teria um senador corrupto e um filho rejeitado que se dedicava aos movimentos sociais.
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