A novela “I Love Paraisópolis” termina nesta sexta-feira (6) na RPC como um sucesso no horário das 19h. Além dos 4 atores paranaenses em frente às câmeras, a novela também conta com um talento que se desenvolveu aqui na nossa terra. Embora seja gaúcha de nascimento, a diretora Carla Böhler morou e se formou aqui em Curitiba.
Cena da novela I Love Paraisópolis homenageia o seriado “Chaves”
O cineasta Fernando Severo contou ao blog que ela foi aluna dele num curso de montagem e, por causa do talento de Carla, ele logo a chamou para a trabalhar como assistente de montagem. A estreia dela num set de cinema foi como segundo assistente do câmera em”Visionários”, dirigido por Severo, lançado em 2002. Carla mudou-se para o Rio de Janeiro e depois de muitos trabalhos como assistente de direção na Globo, sendo o último em “Meu Pedacinho de Chão” (2014), ela recebeu o convite do diretor de núcleo Wolf Maya para assinar como diretora pela primeira vez em “I Love Paraisópolis”.
O Sintonizando conversou com Carla por e-mail sobre a sua trajetória.
Conte um pouco da sua trajetória. Quais foram os seus primeiros trabalhos?
Comecei de fato a trabalhar com cinema enquanto cursava a Faculdade de Publicidade e Propaganda na PUC-PR. O primeiro contato foi como assistente de montagem na antiga moviola do MIS de Curitiba. Ali fiquei fascinada com as possibilidades infinitas de se contar uma mesma história. Lembro que pendurávamos trechos de película, às vezes cenas inteiras, em um varal para serem aproveitadas mais adiante.
Adorava a sensação da escolha do fotograma que seria o último ou o primeiro de um plano ou cena. Passávamos ali horas em silêncio, Fernando Severo montando e eu observando suas escolhas e o vai e vem daquela máquina fantástica a nos responder com imagens em movimento, vivas enfim! Foi uma entrada mágica nesse universo desde sempre sagrado para mim.
Como você chegou à Globo?
Por razões pessoais vim morar no Rio. Na época eu já tinha um currículo e fui oferecer meu trabalho de assistente na TV Globo. Tive sorte, eles estavam em busca de assistentes. Em pouco tempo eu fui chamada e comecei a trabalhar em uma novela. Descobri então que aquele era um mundo totalmente diferente, com um modus operandi próprio e que eu teria que passar por um intenso processo de adaptação. Topei o desafio pois percebi que na Globo o assistente de direção era visto como um futuro diretor, diferente do mercado de trabalho cada vez mais segmentado. Isso me interessou.
O que significa para você chegar à Globo?
Eu sempre me senti muito em casa na Globo, talvez pelos fortes vínculos desde a tenra infância com sua programação, seus atores.
Na minha época sabíamos que horas eram apenas ligando a televisão e vendo o que estava passando. Foi muito legal entrar naquele universo e ir descobrindo aos poucos seus personagens, seu modo de funcionar, suas gírias, suas lendas. Me sinto muito feliz por estar cercada de tantos excelentes profissionais, artistas geniais, técnicos experientes. Aprendi e aprendo muito a cada dia. É uma grande escola prática que dialoga com o Brasil todo, uma troca real, por vezes desafiadora porém muito aberta a quem tem vontade de realizar.
“I Love Paraisópolis” termina como um sucesso do horário das sete. Quais fatores contribuíram para isso?
A novela é um sucesso porque tem em sua genética muita liberdade criativa e uma direção geral muito afiada e precisa. Todos nós estamos ali criando o tempo todo e a criação é muito bem recebida e incrementada em todos os processos que sucedem o momento de gravação. A finalização é primorosa e consegue dar ainda mais dinâmica e ritmo a história. O elenco é brilhante e o texto muito criativo. Estamos todos muito vivos e conectados e nos curtimos muito e isso imprime na tela, transcende o formato e cativa o espectador.
Você já está escalada para outro trabalho após “I Love”?
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