A atriz Lady Francisco durante participação no seriado "Louco Por Elas", em 2013. (Foto: TV Globo/João Miguel Júnior) | Foto:

Vez ou outra, o “Superpop”, da RedeTV, acerta na escolha de seus entrevistados. Ontem (18) foi um desses dias. Zapeando a programação, encontrei a atriz Lady Francisco conversando com Luciana Gimenez. Entre os assuntos da vida pessoal – como o fato de a atriz estar há 28 anos sem sexo – Lady conseguiu chamar a atenção para o drama dos atores na terceira idade na televisão brasileira. Sem bons papéis disponíveis, eles acabam ficando sem trabalho. Falando nisso, você consegue se lembrar qual foi o último personagem de destaque de Gloria Menezes, Tarcísio Meira, Lucélia Santos, Joana Fomm, Beatriz Segall…?

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“Deveriam aproveitar enquanto eu e uma boa dúzia de outros atores na mesma idade temos uma boa memória e conseguimos decorar texto, mas simplesmente, não há papéis para a nossa idade”, declarou a atriz, que tem 75 anos.

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É verdade. Lima Duarte, em entrevista ao UOL, comentou: “A velhice é uma barra, uma devastação mesmo. Esses filminhos americanos mostram velhinhos como engraçadinhos, mas a melhor idade é execrável. É o fim da vida. Tem que dar um enfoque legal da velhice. Tem que falar da velhice com amor, ternura e não como engraçadinho”.

As nossas novelas, por exemplo, buscam atores e atrizes da terceira idade para papéis de coadjuvantes, geralmente para interpretarem a avó ou avô da mocinha (o), sem nenhuma outra função na trama.

Silvio de Abreu, hoje responsável pelo Entretenimento da Globo, é um autor que tinha um cuidado absurdo em suas novelas com papéis para a terceira idade. “Passione” (2009), por exemplo, tinha a “velha porca”, a avó mau caráter da neta vilã, interpretada por Mariana Ximenes. Daisy Lúcidi defendeu muito bem o papel, que entre outras maldades, vendia a virgindade da neta mais nova. Em “Belíssima” (2005), por exemplo, vale lembrar que Fernanda Montenegro interpretava a vilã Bia Falcão. Ainda havia o núcleo ótimo de Katina (Irene Ravache) e Murat (Lima Duarte), sem contar as vedetes interpretadas por Carmem Verônica e Íris Bruzzi.

A atriz Regina Duarte, por exemplo, ficou afastada das novelas das 21h desde “Páginas da Vida” (2006), quando interpretou a protagonista Helena e quebrou o hiato ao fazer uma participação no começo de “Império”. Na época, a atriz justificou sua ausência da TV por estar “à espera de bons papéis”. Em uma entrevista para Marília Gabriela, ela disse que morria de vontade de trabalhar com autores como João Emanuel Carneiro, Duca Rachid e Thelma Guedes e Lícia Manzo, pois são trabalhos que trazem frescor à dramaturgia. Regina, por exemplo, irá interpretar, pela primeira vez, uma homossexual em sua carreira na próxima novela das 18h, “Sete Vidas”, escrita por Lícia Manzo.

Manual Prático da Melhor Idade

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Já a Record, por exemplo, saiu na frente, ano passado, ao apresentar o seriado “Manual Prático da Melhor Idade”. Divertido e bem humorado, o especial pode se tornar um seriado este ano. Relembre a história aqui.