Excelentes atuações marcaram os 203 capítulos de "Império". Crédito: Globo/Sergio Zalis| Foto:

A saga da família Medeiros de Mendonça e Albuquerque chegou ao fim. Foram oito meses no ar e 203 capítulos exibidos. Nesse meio tempo, como em toda novela, Aguinaldo Silva acertou e errou. “Império” teve altos e baixos. Eu mesmo confesso que me interessei muito pela trama no começo, mas perdi a vontade de acompanhar os capítulos diariamente e só retornei à novela depois da volta de Marjorie Estiano, exibida em dezembro.

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Se por um lado Aguinaldo acertou ao escrever um novelão à moda antiga, mas atualizado e com uma grande presença nas redes sociais – destaca-se a própria presença digital do autor e a cobertura que o site dele ofereceu durante toda a novela – por outro pecou ao apresentar uma vilã sem graça e que muito prometeu e pouco cumpriu. Cora (Marjorie Estiano/Drica Moraes) deveria ser uma vilã com as de antigamente, mas acabou descambando para o humor, assim como Tereza Cristina em “Fina Estampa” e os telespectadores ficaram órfãos de boas vilanias no horário nobre. Mas também fomos surpreendidos com a saída de Drica Moraes no meio da novela, e volta da sempre ótima Marjorie Estiano nos 45 minutos do segundo tempo.

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Aguinaldo se permitiu errar e acertar. Entrou no terreno da metalinguagem – e decidiu aparecer na penúltima cena da novela – a exemplo do que já havia acontecido com Silvio de Abreu em outras novelas. Já escrevi que acredito na metalinguagem como um dos caminhos para renovar o texto da teledramaturgia brasileira e continuo acreditando nisso.

O legado de “Império” foi apresentar ótimas atuações – Lilia Cabral, Alexandre Nero, Marjorie Estiano, Caio Blat, Othon Bastos – e recuperar a audiência do horário nobre e também o público que se decepcionou com “Em Família”. Além disso, o casamento entre autor e diretor merece destaque. Nas últimas novelas, Wolf Maya tinha decepcionado Aguinaldo, que levou o autor a pedir outro diretor de núcleo para “Império”. A escolha não poderia ter sido mais acertada. Resta agora esperar que “Babilônia” cumpra com todas as expectativas e mantenha alto o nível das novelas do horário nobre.