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A autora Lícia Manzo é conhecida por trabalhar bem os diálogos em suas novelas. Foi assim com a delicada “A Vida da Gente” e também com “Sete Vidas”, que termina hoje na RPC, após pouco mais de 100 capítulos e quatro meses no ar.

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Mais curta do que as demais tramas (o que é um bom respiro), “Sete Vidas” foi inicialmente pensada para o horário das 23h – o que talvez explique a abordagem de temas delicados como as novas formações familiares e a personagem bissexual interpretada por Regina Duarte.

Sem chocar o público, a equipe de roteiristas investiu em diálogos bem escritos, pensados e delicados – o que fizeram com que a trama recebesse elogios da crítica especializada e nas redes sociais. A direção de Jayme Monjardim, que combina perfeitamente com o texto de Lícia, também é digna dos maiores aplausos.

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Muitos atores brilharam durante os capítulos de “Sete Vidas” como Maria Eduarda Carvalho (a desbocada e sem papas na língua Laila), a vilã interpretada por Gisele Fróes, e isso se deve especialmente a predileção da autora em criar “tipos” bem humanos, próximos da vida da gente e de mulheres fortes. Mas uma personagem, em especial, me chamou a atenção: a libertária Esther, interpretada por Regina Duarte.

Afastada das novelas desde “O Astro” (2011), a atriz já tinha declarado que gostaria de interpretar um texto de Lícia Manzo e foi atendida com a escalação para viver Esther. Inicialmente divulgada como lésbica, o que causou um grande “furor” – já que Regina é uma atriz consagrada – e poderia gerar polêmica a exemplo de Natalia Thimberg e Fernanda Montenegro em “Babilônia – incomodou a intérprete, como revelou à Fátima Bernardes no programa “Encontro” de quinta-feira (09).

“Foi muito chocante para mim, no início, quando foi divulgado que eu seria casada com uma outra mulher durante 18 anos. As pessoas só falavam nisso. Nesse ponto de vista foi extremamente chocante. A gente não apresenta um amigo dizendo ‘olha, vou apresentar um amigo e ele é homossexual’. Você diz: ele é estudante, gosta de cinema, cinema de arte. Você coloca adjetivos, qualidade. Quando a opção (ops!) sexual entra primeiro, é sinal de que existe preconceito”, comentou Regina.

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Definida como “verborrágica” por Regina, Esther era fã dos grandes diálogos com os filhos, interpretados por Thiago Rodrigues e Maria Eduarda Carvalho, ambos frutos de inseminação artificial e de uma relação homoafetiva. Quando entrou na novela, Regina definiu ao Gshow: “Esther é uma mulher solar, à frente do seu tempo, para cima, aberta, cheia de personalidade e transparente. Ela deve ter visto Malu Mulher e foi contaminada pelo feminismo”, brincou.

Mesmo em um papel secundário – quase como uma participação especial de luxo – Regina brilhou, se destacou, e nos fez ficar com gostinho de quero mais. Agora é torcer para que ela seja escalada ao horário nobre novamente e continue interpretando papéis diferentes e desafiadores e nos brindando com sua atuação sempre verdadeira e à vontade.

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