Na coluna publicada no último domingo (17/08), no caderno Viver Bem, comentei sobre a relação entre as novelas e as redes sociais. Reproduzo abaixo:
Assistir televisão sempre foi uma experiência em grupo. Nos primórdios, existiam os ‘televizinhos’, aqueles que, “sem querer querendo”, agrupavam-se da janela do vizinho – sortudo! – que possuía uma TV em casa. Mais tarde, com a popularização do aparelho doméstico, passamos a assistir a programação em família e com amigos.
Nos anos 2010, essa experiência ganhou um capítulo novo e deu frescor e anos de vida à “senhora” televisão. Passamos a assistir televisão em grupo…nas redes sociais e unidos por #hashtags! E tudo ficou mais divertido e animado. Quem não lembra do #OiOiOi twittado sempre que a abertura de “Avenida Brasil” entrava no ar?
Durante os meses em que esteve no ar, a trama de João Emanuel sagrou-se como um fenômeno nas redes sociais. Foi a novela do pessoal da rede social, dos memes e da febre absoluta. Dois anos depois, as novelas ainda continuam a figurar no topo entre os termos mais comentados da rede social, comprovando o que Dominique Wolton já falava em 1996, em Elogio do Grande Público: o telespectador é crítico, ativo, e deseja ser ouvido.
A rede social – ao unir milhões de desconhecidos – por um termo como a hashtag faz com que a experiência de assistir à televisão fique mais divertida. A experiência de assistir televisão e comentar os programas faz parte do fenômeno segunda tela, e ganhou o nome de Social TV ou TV Social. Nos Estados Unidos, a discussão já está mais avançada, claro. Já se sabe que a audiência “tradicional” – a medida “ao vivo” – não correspondente mais à realidade. Por isso, por lá, o ibope das redes sociais já é mensurado.
Em maio, o IBOPE Media anunciou uma parceria estratégica com o Twitter para criar o “IBOPE Twitter TV Ratings” (ITTR), um conjunto de soluções que vai fornecer a anunciantes e emissoras na América Latina uma métrica padrão baseada inteiramente nos dados do Twitter. Quando estiver totalmente desenvolvido, esse conjunto de soluções vai ajudar a medir o total de atividades e alcance ao vivo de conversas relacionadas à TV no Twitter.
O Twitter diz que está animado, pois com mais dados para informar a programação, os telespectadores no Brasil e por toda a região serão beneficiados com uma experiência de assistir TV ainda mais rica e social.
Agora, é esperar que as emissoras façam bom uso dessa nova métrica de se medir audiência e entendam que a experiência de assistir televisão já não se limita mais apenas a audiência tradicional do “ver ao vivo” medida apenas em alguns lares.
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