Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo

A culpa é do Dicesar

O Big Brother Brasil é o nível mais baixo que a televisão brasileira já chegou. Um bando de seres desprovidos de conteúdo acomodado num quadrado público sendo devorado pelas lentes da emissora Globo. Alimenta nossa sanha bisbilhoteira sem agregar um naco de cultura. É a imbecilização do indivíduo. A exposição do nada. A televisão deveria oferecer muito mais do que uma fábrica de ilusões provisórias para “artistas” sem talento mostrarem a que não vieram. Minutos de fama desperdiçados em um canal para vender detergente e guaraná. Se você, leitor amigo, concorda com as palavras aqui postas, mude de blog. É besteira.

Confesso que este blog anda meio parado. O mundo pegando fogo, milhares de coisas a se comentar e este blogueiro se mantém calado. Tudo culpa do Dicesar.

Há algumas semanas tenho acompanhado o BBB10 com afinco. Dada minha bagagem, considero-me um comentarista especializado em reality shows. Não perco nada, acompanho cada segundo. Conheço as estratégias empregadas. Desmascaro com certa facilidade aqueles participantes que conquistam a maioria. Em nove edições, devo ter acertado com semanas de antecedência pelo menos seis vencedores. Enfim, sou um bacharel em BBBs. Só não estou rico pois a aposta é proibida no Brasil.

Então por um tempo as atualizações por aqui serão mais esparsas. O programa atual está pegando fogo e, como o dever sempre chama, terei que me manter atento. Ainda mais depois que a curitibana Tessália deixar o programa com votação recorde na terça-feira. Alex, uma mula que pensa que é gênio, deve roubar mais alguns segundos de edição jogando a turma dos “nada a ver” (Anamara, Lenita, Elieser e afins) contra os que sabem jogar (Dicesar, Lia, Carlos…). Um racha entre os grupos se prenuncia.

E a coisa está justamente pegando fogo porque temos, pela primeira vez, paranaenses entre os protagonistas. Dicesar segura a ponta (sem trocadilhos) da preferência do público. Tessália é a cobrinha que entrou para tumultuar, achou um infeliz e morreu na praia. Elieser tem tudo para ser o novo Bambam (antes de criticar lembre-se que ele faturou a primeira edição do programa). Dicesar sabe trocar de amigos para se manter bastante tempo vivo.

Entre os não paranaenses o destaque é Lia, a boazuda que surta de meia em meia hora. Ou ela enlouquece ou vai pra final. Aposto na primeira opção. Melhor de tudo, o jogo tem um cara chamado Marcelo Dourado. Favorito na disputa, pois é mais conhecido. Se autoisolou para justamente virar o “perseguido” e novo “não compreendido”. Estratégia, como bem sabe o lutador, já deu pelo menos três troféus em edição anteriores. Como diria o rei, são tantas as emoções.

BBB é, antes de tudo, um jogo. E um dos melhores jogos já feitos na história da humanidade. É melhor que War. É melhor que pôquer. É melhor que The Sims. E todo mundo com uma conexão de internet ou telefone pode participar. Deve ser o maior jogo massivo já criado. Tudo vale, não existem regras. A própria noção de moral se esvai. É poder usar os recursos éticos ao limite, testar experiências carismáticas, tentar entender o funcionamento de todos os três tipos de jogadores: participantes, emissora e audiência.

Um tabuleiro com gente seria uma figura de linguagem débil, pois não há predeterminações de ações possíveis. Muito menos é mero entretenimento. Personagens são construídos, moldam-se discursos e paciências são testadas. O limite das emoções humanas num ambiente teoricamente controlado. E ainda dá aquela vontade de tomar um guaraná.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.