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Fim de dezembro. Hora do balanço. E este ano foi forrado de coisas interessantes no mundo dos games. As primeiras premiações começam a dar as caras e, pela variedade dos vencedores, 2012 pode ser considerado um marco. O rompimento da barreira que separa os jogos independentes das grandes produções. Daqui por diante, espera-se, títulos pequenos, lançados apenas por distribuição gratuita, devem ganhar cada vez mais espaço no mercado. Abaixo, uma modesta relação dos melhores jogos do ano com base no gosto deste colunista.

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Começo pelo mais impactante. Journey, exclusivo para PS3, trouxe uma das aventuras mais introspectivas que um jogo pode gerar. No mesmo espírito de Limbo, um personagem melancólico roda o deserto atrás de algo não muito claro. Sem uma linha de diálogo. Ambientação pura com um multiplayer, habilitado sem o conhecimento prévio do jogador, catártico. Não por menos, já faturou alguns prêmios, como Melhor Direção de Arte na Inside Gaming Awards e mais três prêmios na Video Game Awards. Faço votos que a indústria siga este caminho. Histórias simples totalmente focadas em experimentação e jogabilidade.

Fez (X360) foi outro independente que arrebentou. Foi sucesso de crítica e mostrou que até mesmos os indies têm capacidade para grandes faturamentos. Os desenvolvedores foram ainda protagonistas de um documentário, mostrando as desventuras para dar vida a um jogo que misturou o gênero de plataforma, como Mario, com cenários que se transformam em enormes quebra-cabeças, no melhor estilo Echochrome (PS3 e PSP). Entre os títulos com pouca capacidade de marketing, mas geniais em jogabilidade, também se destacaram Hotline Miami (PC) e o sensacional Sound Shapes (PSV).

Entre as grandes produções, Halo 4 (X360) conseguiu se destacar da maioria. E, pasmem, a maior evolução da série foi justamente adicionar elementos de jogos menores, como Portal 2 (multi). A dialética entre Master Chief e Cortana ajudou a dar uma certa “profundidade” na série consolidada entre os FPS multiplayers. É o favorito para levar a maioria das premiações que devem acontecer nos próximos dias. Enfim superamos a “passada de carro” anual protagonizada pelo cada vez mais genérico Call of Duty, que não conseguiu se destacar entre a crítica com Black Ops 2 (multi), mesmo tendo destruído nas vendas, como sempre. Na mesma categoria, os multiplataformas Max Payne 3, Dishonored, Sleeping Dogs e Borderlands 2 mostraram que ser um título arrasa-quarteirão não é motivo de vergonha.

Por fim, um dos jogos que mais surpreenderam foi The Walking Dead (multi), que trouxe de volta os “adventures”, com suas linhas de diálogo e pouca ação, para os jogos de primeiro escalão.

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Não havia expectativa nenhuma no “port” dos quadrinhos. Mas o roteiro muito bem desenvolvido e a construção de personagens resultaram num produto que supera, com folga, a adaptação para a televisão. Levou, merecidamente, cinco prêmios na VGA, inclusive com o de jogo do ano. Se o leitor deixou passar algum dos títulos citados, por favor, aborte as férias e desfaça este erro.

E aí, esqueci algum jogo?