

Cena de “Abraços Partidos”
Depois não querem que acordemos com mau humor. Abro os sites e me deparo com a notícia de que Pedro Almodóvar participa pela quinta vez da lista dos filmes estrangeiros escolhida pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood. Agora, disputará o Globo de Ouro com “Abraços Partidos”, filme mais chato, pedante e sem criatividade que o afetado diretor espanhol já realizou na última década.
Ressalte-se que Almodóvar conseguiu uma sequência de obras-primas que acredito ser inédito na história, comparado somente com um período de ouro de Chaplin. Teve a proeza de fazer três filmes estupendos um atrás do outro: “Carne Trêmula” (1997), “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999) e “Fale com Ela” (2002). Depois vieram bons filmes não tão inspirados. Só pelos citados ficava claro que o espanhol não precisa fazer mais nada nesta década, talvez na vida. “Abraços partidos” é quase um suicídio cinematográfico.
Almodóvar parece querer enveredar por um cinema mais óbvio. Para contar a história de um diretor que fica cego e passa a escrever roteiros, precisa usar milhares de linhas de diálogos tolas. Aquela beleza estética (às vezes exagerada) e que servia de narrativa foi totalmente abafada.
A história tem que exclusivamente sair da boca dos personagens. Personagens interpretados com a maior má vontade. E, sério, Penélope Cruz não é o que podemos chamar de uma grande atriz. Ainda mais depois do vexame que protagonizou em “Vicky Cristina Barcelona”, um filme em que Woody Allen tentou ser Pedro Almodóvar. Ao telespectador menos permissivo, resta a sensação constrangedora de ter assistido um capítulo completo de uma novela das 8, e dos piores.
Se o bom senso prevalecer, o que não acontece na maioria das vezes, “A Fita Branca”, de Michael Hanecke, deve levar tranquilamente a disputa do Globo de Ouro entre os estrangeiros.
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