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Cada videogame deve ter seu simulador de corrida exclusivo. Essa é a regra. O Playstation 3 tem em sua biblioteca Gran Tu­­rismo 5, considerado o jogo mais realista já feito. A Micro­soft, que precisava acelerar para tentar tirar a vantagem do concorrente, apresentou recentemente Forza Motorsport 4, franquia que se diferencia pelas comunidades de personalização de carros virtuais e é exclusivo para Xbox 360. A briga pela liderança no campeonato do mais bem aca­­bado simulador entre os dois consoles empatou.

Não se pode afirmar com toda a certeza que Forza 4 é melhor que GT5, mas sem sombras de dúvidas é o melhor jogo de corrida disponível hoje para o Xbox 360. Evo­­luiu muito em relação ao seu an­­tecessor em quase to­­dos os aspectos. Tecnicamente, os veículos ganharam um polimento gráfico invejável. A física de colisão também sofreu me­­lho­ras. Os modos on-line estão mais divertidos, o que deve am­­pliar ainda mais a co­­munidade de customização, com direito a eventos virtuais para desfilar os bólidos autorais.

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Ao todo, são cerca de 500 carros de mais de 80 fabricantes. Estão disponíveis modelos clássicos, como Lexus SC300 e Tesla Roadster Sport. A garagem pode ser ainda ampliada com a compra do pacote extra “American Mus­cle”, via Xbox Live, que traz os históricos Pontiac GTO 1965, Shelby GT500 428CJ 1969, Dod­ge Cornet W023 1967 entre ou­­tros. Como padrão, diversas pis­­tas reconhecidas mundialmente podem ser usadas para acelerar as máquinas. As principais pis­­tas de corrida do mundo, co­­mo Nurburgring, Su­­zuka e Ho­­ckei­­nhein estão lá, mas faltaram alguns circuitos importantes, como SPA-Francorchamps e Monza.

E qual a melhor maneira pa­­ra passar um bom tempo curtindo o ronco dos motores? Para es­­te colunista continua sendo o bom e ve­­lho joystick, mesmo ha­­vendo so­­luções específicas pa­­ra si­­mular volantes, pedais e câm­­bio. Mas pa­­ra os desenvolve­dores da Turn 10 Studios existe uma maneira me­­lhor: eliminar os controles físicos para tentar controlar o carro apenas com ges­­tos. A experiência é in­­teressante, mas segurar um vo­­lante imaginário sentado na poltrona do sofá torna a jogatina bem mais cansativa (e um pouco ridícula, é verdade).

Além de controlar a direção, o Kinect permite ao jogador explorar os detalhes do carro dando uma voltinha na sala de estar, no melhor estilo realidade au­­men­tada. No showroom virtual pode-se abrir portas e examinar os detalhes de cada veículo por di­­versos ângulos. As descrições são muito bem detalhadas e legendadas, o que deve agra­­dar aos amantes do automobilismo. O Kinect também faz um rastreamento da cabeça do jogador, que poderá ter a vi­­são na tela ampliada apenas mo­­vimentando a cabeça para os lados. Interessante, mas ainda pre­­cisa de melhorias, já que os olhos tendem a acompanhar o mo­­vimento, o que tira a televisão do foco principal.

Depois de treinar na campanha principal, Forza 4 oferece um universo gigantesco on-line. Quan­­do conectado, abre-se a possibilidade de participar de clubes de carros, nos quais amigos po­­dem formam equipes, personalizar os veículos e realizar disputas para até 16 jogadores. De bônus, o jogo é repleto de conteúdo do mais conhecido programa de au­­tomobilismo, o Top Gear, com nar­­ração de Jeremy Clarkson. Uns dos poucos defeitos presentes são pequenas fa­­lhas de localização para o português, com tentativas confusas de traduzir termos técnicos amplamente conhecidos.

* Texto publicado no caderno de Tecnologia da Gazeta do Povo

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