Atrasado como sempre e voltando aos poucos. O acordo é que você já leu quase tudo sobre a notícia que deixou a categoria dos jornalistas mais triste, certo? Então vou ser curto só para deixar registrado aqui nesse meio, a tal da internet, minha rasa opinião. Ao contrário do meu amigo, colega e ídolo Rogério Galindo, sempre achei que rolava uma boa enganação no Supremo Tribunal Federal (STF). Para mim, era impossível que o colegiado tão pequeno poderia decidir os melhores rumos dos tantos assuntos que pintam diariamente na pauta do tribunal. E ainda ganhando salários tão baixos. Era óbvio, acreditava, que rolava uma votação meio falcatrua baseada em argumentos de assessores não tão confiáveis.

CARREGANDO :)

Agora, porém, acredito que lá realmente se façam as melhores escolhas para os regimentos da vida dos brasileiros. Mudei de opinião após oito ministros votarem contra a obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Só isso já mostraria o nível de lucidez dos magistrados. Mas a cereja do bolo foi a forma como foi decidido tudo, com muita ironia, coisa de quem entende do assunto. Gilmar Mendes deve entrar para a história do judiciário com a sacaneada que deu na categoria. Comparar jornalismo com culinária, moda e costura foi genial. Quem está NO MEIO entendeu.

Na prática não muda muita coisa. O estudante pode continuar indo para a faculdade. O jornalista diplomado pode continuar fazendo jornalismo. A boa notícia é que daqui para frente outros profissionais poderão também fazer jornalismo. Liberou geral e quem regula isso tudo é o leitor. O problema é que o leitor não está lendo o suficiente, muito menos comprando jornal, mas isso é outra discussão.

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Um ponto que gostaria de destacar foi ferocidade com que os jornalistas atacaram, em quase todos os veículos, a decisão do Supremo. Tentaram até zombar sobre a justificativa de que o fim da obrigatoriedade corroborava com a liberdade de expressão. Estes, sim, não merecem o diploma. Negar que haverá uma democratização da informação, principalmente na blogsfera, com a LEGALIZAÇÃO dos muitos que escreviam EM FORMA JORNALÍSTICA é ser tapado. Fico feliz só de pensar que um estudante de jornalismo, ou um cidadão qualquer, poderá escrever o que bem entender sem ter no pescoço a baba raivosa dos sindicatos.

“O ministro Celso de Mello afirmou que preservar a comunicação de ideias é fundamental para uma sociedade democrática e que restrições, ainda que por meios indiretos, como a obrigatoriedade do diploma, devem ser combatidas.”, noticiou o UOL. Isso deveria, no mínimo, ser óbvio.

Parou de twittar, foi?