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O jogador brasileiro é, an­­tes de tudo, um bravo. Além de ter uma renda per capita inferior à da maioria dos países que detém a produção de videogames, paga mais caro para poder desfrutar de algumas horas de jogatina. Nas principais lojas brasileiras, é comum encontrar um lançamento custando algo em torno de R$ 250. Isso que Sony e Micro­soft já lançaram oficialmente seus consoles no Brasil, o que não impediu abusos como o re­­gis­­trado durante as vendas dos acessórios Kinect e do Move – es­­te úl­­timo chegou a custar R$ 799, valor quatro vezes maior que nos Estados Unidos. As agruras, por incrível que pareça, não se resumem aos preços. Poucos títulos chegam por aqui em tempo de ainda serem chamados de lançamentos, tamanho o processo bu­­ro­­crático das importações. A loja online Steam, com seu excelente meio de distribuição por download, acaba sendo uma das poucas, mas excelente, alternativa.

A contrapartida da utilização do Steam, é bom frisar, é o despertar da compulsão consumista reprimida. Com um sistema rá­­pido entre a escolha e a finalização da compra, se tornou comum en­­contrar reclamações de consumidores que acabaram comprando demais. Para os que so­­frem desse mal, não se aconselha chegar perto de Back to the Fu­­ture: It’s About Time, lançado nos últimos dias do ano passado na plataforma.

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Trata-se de um jo­­go em episódios. Com cinco capítulos, lançados um por mês, e que devem ter, ao todo, umas 10 horas de duração. O primeiro deles, It’s About Time, com aproximadamente 2 horas, é um se­­quência em forma de videogame da trilogia cult dos anos 80 chamada no Brasil de “De Volta para o Futuro”. A história se passa em 1986, após seis meses do terceiro filme, quando Marty McFly decide procurar o misteriosamente desaparecido Doc Brown com a ajuda de seu DeLorean, carro usado para viagens no tempo e com o bacana sistema de abertura de portas vertical.

A Telltale Games preferiu não ir além do que faz bem e aplicou, mais uma vez, o seus sistema de apontar e clicar. Basicamente, deve-se apontar o mouse sobre algum item ou direção que o personagem completa a ação. Uma jogabilidade travada baseada em solução de problemas e não em ação.

A preocupação com os detalhes deve agradar aos fãs da série cinematográfica.

Christopher Lloyd faz a dublagem de Doc Brown, como nos filmes. Já a voz de Marty McFly não é de Michael J. Fox, mesmo assim o substituto fez um trabalho de imitação que enganará boa parte dos jogadores. O enredo teve a colaboração do roteirista original, Bob Gale. Até pequenas referências, como a do filme Tubarão, usada em todos os três longas-metragens, estão presentes.

A loja online do Steam está se tornando, a cada dia, a maior alternativa para os jogadores brasileiros. Preços bons e disponibilidade imediata. Só não resolve o problema da renda, uma tarefa para Dilma.

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