Esta coluna não pretende definir os melhores jogos do ano. Para isso, há uma infinidade de premiações pela internet. Nas próximas linhas se buscará identificar quais foram os grandes destaques em 2010, quais os lançamentos cercados de grandes expectativas que falharam e aqueles pequenos jogos, desenvolvidos sem nenhum “hype”, que voltaram a confirmar que um bom game não é sinônimo de produções milionárias.
Há a certeza de que 2010 foi generoso para o mundo dos videogames. Houve pelo menos um bom título por mês. Aquela eterna briga entre os jogos exclusivos de cada plataforma foi, felizmente, um pouco esquecida, pois nenhum jogo dedicado a apenas um console conseguiu se sobressair de forma expressiva. Única exceção talvez seja o RPG de ficção científica Mass Efect 2, que desde seu lançamento no Xbox 360, ainda em janeiro, já estava na lista dos favoritos de todo mundo.
Mas aí veio a E3 e ficamos sabemos que a franquia deixou de ser exclusiva e será portada também para o Playstation 3. Cercado por uma imensa campanha de marketing, Halo: Reach correspondeu às expectativas e entregou uma aventura acima da média, mesmo com gráficos não tão trabalhados.
Do lado da Sony, Kratos apareceu pela primeira vez em alta resolução em God Of War 3. Ficou faltando, no entanto, algo de realmente novo. Já Gran Turismo 5 estraçalhou o hardware do Playstation 3 para criar a maior experiência gráfica em um jogo de corrida. Tudo foi polido ao extremo, com dezenas de modelos dos carros e pistas. O único problema é que a indústria esperava ainda mais, pois um vídeo divulgado precipitadamente, há cinco anos, vendeu a ideia de que o produto final seria quase real. Tanto tempo de produção pelo menos serviu para mostrar quais são os limites desta geração.
Heavy Rain, a mais arriscada aposta da Sony, não teve um bom desempenho em análises e encalhou nas lojas. Trajetória muito parecida com a de Alan Wake, no Xbox 360.
Donkey Kong Country Returns retornou com força total e foi o maior destaque do ano no Wii, desbancado o gigante concorrente Super Mario Galaxy 2. O fofo personagem rosa Kirby, esquecido há algum tempo pela Nintendo, também saiu do ostracismo e mostrou um dos jogos mais criativos dos últimos anos. Tricôs, botões, tecidos e colagens formaram um dos mais belos cenários já feitos, além da jogabilidade variada. Por outro lado, a cultuada Samus decepcionou uma boa parcela dos jogadores na volta da série Metroid. Other M, massacrado pela crítica especializada, mostrou mais da protagonista do que deveria e acabou derrubando um mito.
Como já mencionado, os grandes destaques ficaram com os games multiplataforma.
Red Dead Redemption, dos mesmos desenvolvedores do sempre polêmico Grand Theft Auto, abriu as porteiras do velho oeste americano para uma aventura não-linear e com diversos desdobramentos. Sem o mesmo impacto da primeira versão, Bioshock 2 deu mais detalhes sobre os temidos Big Daddys e fez lembrar como é bom mergulhar no mundo distópico de Rapture ao lado das não tão simpáticas Little Sisters. Bayonetta é o retrato da pós-modernidade. Misturou elementos de vários jogos de forma exagerada e conseguiu um excelente resultado. Porém, como sempre, o ano se encerrou com o candidato hours concour Call of Duty quebrando recordes de vendas da indústria de entretenimento. E Black Ops, passado em parte no Vietnã, manteve a excelência das aventuras passadas.
Entre os independentes tivemos o melancólico Limbo, que deu chute em alguns dogmas da plataforma ao abolir o conceito de morte. O portátil PSP recebeu uma boa versão de Metal Gear Solid, mas foi pouco. O Nintendo DS também não teve grandes destaques, mesmo assim conseguiu um dos maiores feitos: desbancou o Playstation 2 como videogame mais vendido da história. Foram vendidas mais de 140 milhões de unidades. Consequentemente, o mundo conheceu o sucessor 3DS, que promete trazer a experiência do 3D sem o uso de óculos.
Ainda na parte de hardware, Sony e Microsoft mudaram a estratégia e resolveram se dedicar aos jogadores casuais. O Move é a versão da primeira empresa do já consagrado Wiimote. Tem mais precisão e consegue ter bons resultados com realidade aumentada. A Microsoft, entretanto, foi quem chegou mais perto do alvo. Vendendo a ideia de os joysticks são coisa do passado, conseguiu vender mais de 2,5 milhões do Kinect em poucos dias, desbancado o iPad como a traquitana tecnológica mais vendida em uma estreia. Para nosso orgulho. Em entrevista à Gazeta do Povo, Alex Kipman contou que teve a ideia do acessório durante uma visita familiar a Curitiba.
– Alguém aí ainda usa o Twitter?
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