O Metallica já fez grandes discos e conquistou uma legião de fãs pelo mundo. Nos últimos anos, porém, uma luta contra um adolescente de 18 anos manchou a imagem da banda. Tudo por que eles queriam acabar com uma das primeiras febres da internet, o Napster. O programa de compartilhamento de música chegou a ter mais de 50 milhões de usuários em 1999. Um ano depois, o grupo de roqueiros decidiu que era hora de acabar com a farra. Ganhou em troca a antipatia de uma boa parte da comunidade. Não é à toa que viraram alvos de piadas durante um bom tempo.
Shawn Fanning, desenvolvedor do software, perdeu nos tribunais e teve que aceitar um acordo com a indústria fonográfica. A alegação era que o jovem facilitava “a infração de direitos autorais”. O resultado que levou ao fim do Napster foi a proliferação de sites de compartilhamento e a continuação da queda nas vendas de CDs nos anos seguintes, fazendo as gravadores entrarem na pior crise que já enfrentaram. O processo judicial ficou conhecido como a maior gafe da música. Quem aprendeu com os erros dos outros foi a Apple, que logo depois lançou sua loja virtual musical e vendeu bilhões diretamente para o usuário.
Em 2005, surgiu um novo mercado. Guitar Hero estreou no Playstation 2 criando um estilo próprio. O jogo permitia que se interagisse com clássicos do rock usando o joystick. Além disso, poderia se usar uma guitarra de brinquedo para “tocar” as músicas favoritas. Assim como no primeiro caso, muitos músicos torceram o nariz. Mas o sucesso de vendas da série, que chegou a estonteante marca de 32 milhões de unidades vendias, segundo a produtora Activision Blizzard, gerou interesse. Entre os que se entusiasmaram com a ideia estava o Metallica, paladinos da luta contra o MP3.
Neste mês chegou às lojas mais uma versão do jogo musical, Guitar Hero: Metallica. Disponível para Wii, Xbox 360, Playstation 2 e 3, o game traz 28 sucessos da bandas e 21 músicas de artistas participantes. Não houve muitas mudanças na mecânica nesta versão. A diferença para os anteriores é basicamente o “set list” renovado. Os fãs da banda e da franquia vão poder se divertir horas com clássicos como “Enter Sandman”, “Master of puppets”, “Nothing else matters” e “The unforgiven”. Algumas das bandas que dão o ar da graça: Alice In Chains (“No excuses”), Foo Fighters (“Stacked actors”), Judas Priest (“Hell bent for leather”), Motorhead (“Ace of spades”), Slayer (“War ensemble”) e Suicidal Tendencies (“War inside my head”) .
O jogo é bem simples, com gráficos que não podem ser considerados de última geração. O foco é no treino para se conseguir apertar todas as teclas na ordem em que aparecem na tela. Cada comando dado representa uma “nota da musical” (na verdade é só um trecho de um dos instrumentos). Se o jogador errar a nota não é tocada, o que gera um pouco de frustração e abaixa pontuação. Vence quem errar menos. Com a guitarra, vendida junto com o jogo, tudo fica mais divertido.
Talvez a lição que a indústria fonográfica tenha aprendido com o Napster é de que não adianta ir contra a maré das novidades, por mais danoso que isso possa parecer no início. Às vezes o melhor é tentar achar uma solução em conjunto para que todos os lados ganhem. O que no começo parecia apenas diversão para crianças se tornou um filão gigantesco para venda de músicas. Como exemplo o próprio Metallica, que já disponibilizou uma expansão para o Guitar Hero com seu mais recente álbum, Death Magnetic.
Hoje em dia não ter uma banda no seu jogo musical preferido pode ser tão frustrante quanto não achar o time do coração nos jogos de futebol. O Metallica parece não querer cometer novas gafes.
Coluna publicada nesta segunda-feira no jornal Gazeta do Povo
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